domingo, agosto 16, 2009

Concertos vistos há anos atrás

Hoje, não sei porquê, insisto em relembrar alguns concertos a que já fui e ocorre-me documentar aqui, mesmo que sem muitos elementos, porque memória esquece.

Um dos primeiros concertos a que me lembro de ir foi precisamente na minha escola secundária, (onde ingressei com 15 ou 16 anos) e estava enquadrado num projecto de área escola que a minha turma desenvolveu. Graffitti num mural da escola e um concerto no espaço do bar da escola. Tocaram duas bandas, uma das quais não me recordo o nome, e a outra acho que nunca chegou a ter um só nome, porque acabava por ter muitos. A primeira era a de um rapaz da escola (o resto da formação não era de lá) e a segunda banda era composta por colegas da minha turma mais o irmão de um deles. Conscientemente, ou não, eram uma cópia dos Nirvana, tocando esencialmente reportório destes, alinhados com a onda grunje, de casacos de malha e ténis All-Star.

Curiosamente encontrei o vocalista/guitarrista, o Ricardo, há pouco tempo, no Chiado.

Do concerto propriamente dito lembro pouco; recordo que o vocalista da primeira banda rebentou o nariz todo, tal a fúria com que atacava o microfone e lembro também que por altura da segunda banda já o ar estava irrespirável, porque o espaço tinha gente a mais que o previsto. Os professores começavam a ficar preocupados com a agitação e agressividade que se gerava junto ao palco, com o rock que era debitado, a roçar um pouco a insanidade e a fraca resposta dos materiais às exigências da actuação. A banda imitava os Nirvana, e o publico respondia com mosh-pitt e crowd-surf, o mínimo que se exigia a quem lá estava, para assistir.

Salto uns anos - relembro outro concerto a que fui, bem mais interessante, bem mais "enublado" ( a memória é lixada).
Era a vinda de Chick Corea a Portugal, ao Festival Seixal Jazz (salvo erro, edição de '98) e entrei quase como penetra. Corria o risco de não entrar, porque não tinha bilhete e nem era suposto ir. Mas estava com outras pessoas que tinham e resolvemos tentar comprar bilhete à entrada - consegui.

Embora sem lugar para me sentar, fiquei pelas escadas do auditório e descobri o jazz. Não tinha conhecimentos nem maturidade para apreciar o espectáculo e gostava de poder lá voltar, a essa noite, para ver tudo de novo e saborear todos os bocadinhos de música e imagem a que tive direito com outros ouvidos e olhos.
Mas na altura curti e passei a noite a agitar-me ao som da música. Nessa altura estava a ter aulas de saxofone e embora não tenha levado este instrumento muito longe, a verdade é que valeu para me acordar os ouvidos para este fantástico género musical.

Nada mal.

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