domingo, junho 26, 2011

"Let them Talk", Hugh Laurie

Já perdi conta às horas que já devotei a ver e ouvir vídeos musicais com participação de Hugh Laurie, o famoso Dr. House (que me recordo de ver como um dos secundários de Rowan Atkinson em Black Adder e afins...).

Depois das aproximações à música na série de televisão exibida entre nós na TVi, e depois de surgir a Band from TV (com vários actores de outras séries a tocar em nome de causas humanitárias), sempre ansiei para que Hugh Laurie desse o passo seguinte e gravasse um álbum.

No entanto, e embora ainda não tenha ouvido o álbum na íntegra, tenho que ser fiel a mim mesmo e dizer que estava à espera de ser surpreendido por algo refrescante. Pelo pouco que já fui ouvindo, confesso que não levo grande entusiasmo para a audição do título completo, "Let them talk".

Mas, ainda assim, é preciso dizer que se trata de uma grande figura artística, um grande actor, um escritor interessante e que tem momentos musicais brilhantes na televisão britânica, sobretudo. Momentos de humor, essencialmente, mas de grande sensibilidade musical.

Em baixo, um cheirinho do álbum novo e algo mais antigo...





Morreu Peter Falk - Inspector Colombo

Peter Falk em "Colombo", série de investigação policial
Pois é, este mês tem sido pródigo em perdas e acidentes e tragédias.

Desta feita foi Peter Falk, o famoso inspector Colombo que faleceu, aos 83 anos. Não são conhecidas as causas da morte, mas aos 83 tudo pode acontecer.

Verifiquei por acaso, e como infelizmente muitas vezes acontece (após a morte de alguém), que o sr. Peter Falk fez muito mais que interpretar o engraçado e desengonçado inspector. Falk foi também um dos actores preferido de John Cassavetes, com quem rodou seis filmes.

Participou na clássica série de ficção científica "Quinta Dimensão", em "Asas do Desejo", de Wim Wenders. E que a sua carreira surge aos 30 anos de idade, um atraso que se deveu ao que viria a ser uma das suas imagens de marca: o olho de vidro.

Depois de ver a sua diversificada, variada e algo numerosa actividade filmográfica fiquei com muita curiosidade em conhecer o seu trabalho.

Assim: desculpa caro Peter, por ter que ver a notícia do teu óbito no jornal para me lembrar e ter vontade de conhecer o teu trabalho de forma mais geral e perceber o actor que foste. Agradeço também as horas dos meus dias em que chegava a casa (e já na TV memória, é verdade...) me entretinha a acompanhar as tuas investigações.

Obrigado.

segunda-feira, junho 06, 2011

"Dinner for Schmucks"


Em 1998, Francis Veber realizou o filme"Le Dîner de cons" - em português, "O jantar de palermas".

A história de um indivíduo que organiza todas as semanas com os seus amigos um jantar para o qual cada um convida alguém que achem verdadeiramente idiota e ridículo.

Com base nesta ideia, Jay Roach realizou um remake do original francês resultando neste "Dinner for schmucks".

Com Paul Rudd e Steve Carell nos principais papeis e Zach Galifianakis no divertido papel de um "mind controller"... é uma comédia banal, com um ou outro apontamento mais divertido. Paul Rudd faz de Paul Rudd, a mostrar-nos que vai fazer de Paul Rudd sem fazer de Paul Rudd (confusos?), Steve Carell faz aquilo que faz melhor (Steve Carell a fazer de parvo, portanto) e o melhor é o menos explorado - o jantar propriamente dito. É aqui que vemos Steve Carell e Zach Galifianakis num majestoso duelo de titãs "jedi" que é o culminar do encontro de idiotas das mais variadas artes e ofícios.

Um filme para se ver numa tarde de domingo chuvosa e um bom incentivo para ir procurar/ver a versão original!

domingo, junho 05, 2011

"Red"

Sem o requinte e humor de "Destruir depois de ler", dos "manos" Coen, "Red" é divertido sem cair na tentação de tornar os personagens ridículos, mas não se leva tão a sério que acabe por ser uma espécie de "Die Hard".

Não é, portanto, um clássico filme de acção, mas também não é uma paródia aos filmes do género.

Falamos de um thriller à moda do cinema norte-americano, com bons actores e boas interpretações, com acção e uma dose q.b. de humor.

Sem ser um grande filme, é garantia de entretenimento. Mesmo as cenas de acção são bem conseguidas, são bem feitas e durante o filme lembrei-me de alguns filmes que podiam ter semelhanças, mas que nunca chegam a ter. Talvez, mais uma vez, porque joga com uma boa "equipa". Lembrei-me, por exemplo, do filme protagonizado por Arnold Swcharzneger "True Lies", ou em português, "A verdade da mentira", que fica muito abaixo da qualidade de "Red", embora existam traços comuns. Aproveito para relembrar que em "True lies" existe uma as mais surpreendentes cenas eróticas dos últimos anos (o link para quem quiser relembrar a então muito sexy Jamie Lee Curtis no seu melhor...).

Mas sobre a história:
Frank Moses (Bruce Willis) surge no seu melhor ar de agente duro de roer (embora longe vão os tempos em que o sr. Willis apanhava tareia a torto e a direito), como ex-agente de operações secretas da CIA que vive os seus dias de reforma. Vê-se de volta ao activo para fugir a ser assassinado e recorre a velhos colegas de profissão, todos eles algo desenquadrados com as novas vidas de reformados.

Encontramos ao seu lado Morgan Freeman (que faz lembrar aqueles jogadores de futebol que quase não notamos, mas que se diz serem fundamentais na manobra da equipa), Helen Mirren e o sempre extravagante John Malkovich.


Realizado Robert Schwentke, figuram ainda Mary-Louise Parker (da série "Erva") e Karl Urban ("O Senhor dos Anéis").


"Red" - BD




Por fim, é importante explicar que "Red" é uma adaptação ao cinema de uma mini-série de banda-desenhada, uma "novela gráfica" de Warren Ellis e Cully Hamner.


Publicada entre 2003 e 2004, a história gira também em torno de Paul Moses, o agente da CIA retirado que se torna uma ameaça para a mesma organização por saber de mais.


Segundo os próprios criadores, o filme é uma adaptação ligeira da história original (que consideram ser curta - três álbuns - para uma longa metragem), já que adopta um tom mais cómico em oposição à visão mais "áspera" da BD.


Confesso que fiquei com vontade de adquirir os três volumes e aconselho o filme a todos os que gostam de acção, humor e diálogos inteligentes.

sábado, junho 04, 2011

"The Big Lebowski"

Um hippie jogador de bowling, com grande apego ao seu tapete (que, sem dúvida, compõe muito bem a sala), um veterano do Vietname (que arranja sempre forma de relacionar tudo com aquele conflito), um grupo de niilistas germânicos, um milionário filantropo com uma mulher-objecto, uma artista vanguardista e um jogador de bowling hispânico de nome "Jesus".

E é isto.

O resto são os irmãos Cohen a contar uma história que, embora não siga um fio condutor, acaba por acompanhar o percurso do "Dude" (Bridges) a tentar recuperar o seu "espaço" e a sua vida de alegre desempregado-filósofo nas horas vagas-apreciador de bebidas espirituosas, que se completava com "aquele" tapete que viu ser "profanado" - dois rufias entram na sua casa para recuperar dinheiro que a sua suposta mulher devia e um dos tipos, urina a sua carpete.



É importante também referir que todas as "figuras" do filme estão muito bem entregues aos actores, como no caso de Jeffrey Lebowski, interpretado por um Jeff Bridges inspiradissimo. E se dos seus dois amigos o destaque natural é para John Goodman (o traumatizado ex-combatente do Vietname), Donny, interpretado por Steve Buscemi, só podia ser interpretado por Steve Buscemi, que quase sem falar (porque não deixam), consegue mesmo assim ser uma personagem que não passa ao lado, sendo até o momento mais dramático da história seu.

São 117 min de humor inteligente em que entram, para além dos já citados, Julian Moore, Flea, baixista da banda Red Hot Chilli Peppers, e ainda (para os fãs de Prison Break) Peter Stormare, a.k.a. John Abruzzi.

"Dead Men Don't Wear Plaid"

Stephen Glenn Martin é Steve Martin, o actor que todos nos lembramos de "O Pai da Noiva" (1991), "Looney Tunes - De volta à acção" e "Bringing Down the House" (ambos de 2003) e (mesmo já contando uns anos) a [ainda] assim recente adaptação dos clássicos filmes da Pantera Cor de Rosa, eternizados por Peter Sellers (2006).

Foi, então, com alguma surpresa que vi este "Dead Men Don't Wear Plaid", de 1982, uma longa metragem com fortes motivos de interesse, não só pela interpretação de Steve Martin como pelo estilo muito característico da película.

Dirigido por Carl Reiner, é uma homenagem/paródia ao cinema clássico norte-americano, os filmes de detectives dos anos 1940-1950, servindo-se de imagens dos mesmos para completar a história onde Steven Martin e Rachel Ward são protagonistas.

É muito agradável ver o pai de noiva mais famoso do mundo entregar-se ao desafio de reproduzir todos os traços da interpretação do cinema de então, mesmo que um pouco exagerados para uma melhor caricatura desse mesmo período.

Com argumento do próprio Steve Martin (e Carl Reiner, George Gipe), foi Bud Molin (1925 - 2007) quem editou a longa-metragem e que acabou por ser, também ele, protagonista, uma vez que é a base de todo o filme e fracassar nessa tarefa, seria acertar fora do alvo.

Em baixo o trailer, que abre um pouco o apetite  :)



"O Cisne Negro"



Uma das razões porque eu tinha curiosidade em ver o filme "O cisne negro" era a sua "beleza". Dizia-se ser um filme muito "bonito" e com "imagens lindíssimas"...

 Confesso que vi o filme em duas vezes (na primeira cheio de expectativa + segunda à procura de alguma coisa que me surpreendesse). Existe realmente um trabalho surpreendente realizado pela actriz Natalie Portman que é evidente até pelo trabalho físico (diz-se que actriz deslocou uma costela durante as filmagens) que revela um grande esforço em fazer deste o seu papel-carreira, provavelmente o trabalho de contornos mais dramáticos que protagonizou. Mas não consegui evitar perguntar-me, enquanto a história desenrolava, o seguinte: mas a história não versa sobre o Lago dos Cisnes? Na qualidade de "estrangeiro" no mundo da dança, até o escriba procurava neste filme contemplar uma obra maior no que aos filmes que retratam a dança diz respeito.

 Acabei a lembrar alguns filmes domingueiros que vão fazendo moda sobre a dança contemporânea misturada com o Hip Hop e tentando ler (já nem digo sentir) a tal beleza que referia quem já tinha visto o filme e me aconselhava a não perder esta obra prima da sétima arte.

 Claro que existe uma enorme beleza, do alto de todo o machismo, em ver as lindíssimas Natalie Portman e Mila Kunis juntas, quais cisnes em época do cio.

 Mas será que o cisne branco só consegue aceitar o seu lado negro se tirar as roupas?

 Recuso pudores, mas esperava mais e melhor, um argumento que fosse capaz de estar à altura de uma actriz que consegue transmitir toda a angústia do seu personagem e ao lado visual que em determinados momentos vence categoricamente.

 Seria necessário dar a entender que o lado negro do cisne é algo tão natural como a sexualidade? Será o escriba mais pudico que o argumento?

 Felizmente houve Natalie Portman que chegasse...