sexta-feira, abril 13, 2007

Carro inflamável (ainda não tirei fotos)

Há dias normais que se transformam em absoluto - absoluta demência, emergência, coincidência, parte da vivência que vamos transportar pela nossa efémera eternidade (antítse paradoxal que atormenta a Igreja...). Entrevista marcada, mais uns quantos quilómetros, mais uma conversa e o regresso. O regresso marcou-se e pautou-se por isto que vou descrever no próximo parágrafo; um novo assunto, aquele que interessa relatar.
Ia este escriba a conduzir, quando o pendura o alerta para as faíscas que saíam a seus pés; que pare, que pare, que saia, que há perigo, que temos que sair. Tinha fumo a sair do "tablier" e chamas nos pedais. Fugir do carro, que pode explodir; mas voltar para afastar as pessoas do perigo...
- Liguei para o 112 e foi bizarro. A minha chamada correu várias instituições, ouvi música e a dificuldade era dizer onde estava. Amadora, na parte alta, onde mataram os polícias, disse o nome da rua, mas nada chegava para a pessoa do outro lado da linha. "Tenho o carro a arder à minha frente, pode explodir, já disse onde estou..." até que surgiu uma carrinha de patrulha da polícia, que ajudou a controlar as chamas até à chegada dos bombeiros (aparentemente alguém soube, lá no 112, onde era rua...).
Foi um episódio meio louco. Pessoas a aparecer do nada, a ajudar, a saber se estava tudo bem. E a imagem que retive foi a do carro em chamas e o nada que eu podia fazer. Mas houve um final menos infeliz e, à excepção do carro que ficou pronto para a sucata, ninguém se magoou e nada de muito grave aconteceu. No final, a história até era contada com sorrisos, porque de tanta coisa que podia ter corrido mal, correu menos mal. É um carro que costuma ser conduzido por estradas nacionais onde não há nada à volta a não ser mato e costuma transportar duas crianças. Fico feliz por estar envolvido no acidente, porque me parece que o carro ia incendiar-se mais cedo ou mais tarde - foi problema de curto circuito... - e assim eu estava presente para ajudar.
Fim.

quarta-feira, abril 11, 2007

E o blog?

Ah pois é, que não há maneira de eu ir actualizando o blog. Para não perder o fio à meada, vou lambendo ideias no papel, na esperança de as descarregar aqui. Mas não há maneira. E a vasta plateia que segue o meu mundo perverso e surreal (quem é que eu quero enganar...) vai anseando por novas histórias, por novas depressões líricas e até por vómito, sangue, suor, lágrimas, o que eu já habituei.
Mas a espera compensa. Nos próximos posts vou descrever a seguinte bizarria: o carro onde eu seguia ateou fogo. Sobre este assunto, texto e imagens (amanhã vou tentar obter fotografias do carro queimado), e uma pequena dissertação sobre o estranho cenário que é estar diante de um carro em chamas, as coincidências que se cruzam conosco e, ainda, as dificuldades com que nos deparamos enquanto utilizadores do 112 - tão somente um número de emergência.