sábado, novembro 17, 2012

Experiência



domingo, novembro 04, 2012

Jack White, Coliseu de Lisboa - 31/08/2012

Hesitei, hesitei...ofereceram-me o bilhete. Valeu a pena a hesitação.

Certo que fico muito feliz quando vejo música ao vivo, combinei comigo mesmo no verão passado, que vou ver pelo menos um concerto ou dois por mês :)

The Poppers

Vi os The Poppers há uns tempos, na Fnac, em formato acústico. Na altura achei que eram figuras simpáticas, mas não fiquei muito impressionado com eles. Já no Coliseu de Lisboa, fiquei impressionado com o músculo do rock sujo que tocaram e que afinal será bem mais a sua matriz, que melodias demasiado doces.

Os The Poppers aqueceram "a malta". Porque foram competentes. E porque nos proporcionaram um momento único. Entrei na sala já actuavam, mas muito a tempo de assistir ao momento em que perguntaram à sala "Quem é que aqui toca guitarra?". Não esperava que de seguida convidassem alguém a subir ao palco, sob o desafio "Isto é em Lá - tens tomates para vir aqui tocar?". Momento único. Pensei nessa altura "Já valeu a pena", quando eu, ainda incrédulo, vi o rapaz franzino que se apresentou como Jimi agarrar na guitarra e fazer um figuraço cool.





Jack White

Depois dos portugueses deixarem o palco, aguardámos pelo Sr. White. E valeu bem a espera.



Tenho ouvido muito sobre o facto de White, um dos tipos mais cool do rock, ser um trapalhão enquanto guitarrista. Mas eu acho que é assumido. O mesmo deixa passar a mensagem, quando diz algo como Podes não ser muito bom guitarrista, mas entusiasmar, já quando tocas bateria, se és irregular, vão dar por isso.

Mas é rock. É sujo. E talvez por isso seja muito pura e honesta a forma como Jack White se atira à guitarra. Porque há muita alma.

Tenho tido oportunidade de acompanhar algum do trabalho que tem feito, incluindo a sua participação no documentário/filme The Guitar, com The Edge (U2) e Jimmy Page (Led Zeppelin).

The Racouters. The Dead Wheather. White Stripes. Norah Jones e Comp. Bandas sonoras. Este tipo apresenta muito trabalho para os poucos anos em que cá anda. Tem uma editora através da qual lança trabalho seu, trabalho conjunto, trabalho de terceiros. Parece ser nosso há anos. Parece sobretudo ser um tipo que trabalha, que é apaixonado pelo que faz. Tem a sua visão. E como disse Dave Mustaine, dos Megadeth, "Posso não ser o melhor guitarrista do mundo, mas tenho uma visão".



O concerto foi óptimo e confesso que só recuperei a totalidade da minha audição no dia seguinte. Não sei se da excitação, se do volume, mas a verdade é que, depois de sair, falavam comigo e eu não ouvia nada. Haja mais noites assim.