sábado, fevereiro 27, 2010

"Separados de fresco"

Já gastei a minha paciência toda para este tipo de filmes. Mas quando as condições climatéricas nos sugerem que fiquemos em casa, há tendência para papar qualquer coisa que dê na televisão. E sim, eu tenho um leitor de DVD's e bons filmes por ver; mas às vezes a preguiça faz-me retroceder aos tempos em que aguardava que um filme passasse na TV, e deixo-me acomodar ao que aparecer.

Depois arrependo-me ou pergunto-me que ideia foi esta.

A verdade é que eu queria ver um filme, qualquer coisa que aparecesse-se na "pantalha", como lhe chama o meu pai, mas terminei a fazer outras coisas enquanto via este "Separados de fresco" e acabei mesmo por nem ver o final.

Agora, sobre o filme, vou tentar extrair qualquer coisa e transpor para palavras.

Na qualidade de fã da série norte-americana "Friends", fico sempre com um pouquinho de curiosidade em saber o que andam a fazer os protagonistas que nela figuraram, mas a verdade é que não me lembro de ver alguma coisa que me trouxesse interesse.

Neste caso, é Jennifer Aniston que protagoniza, ao lado de Vince Vaughn, uma comédia dita romântica, mas que acaba por não o ser. Porque, como se escreve nalgumas páginas de internet, "esta história começa onde a maioria acaba" - a parte sempre mal explicada do "e viveram felizes para sempre". Ou, como também li, "o momento em que cada um começa a dar com o outro em doido".

O filme gira, então, em torno do conturbado relacionamento entre o casal, que recusa continuar junto, mas cujas partes não pretendem sair do apartamento que dividem concretizando a separação. Assim, fazem a vida negra um ao outro, como se de uma guerra se tratasse.

E acho que está tudo dito. As interpretações não são brilhantes (como não costumam ser nestes enredos), não há de facto comédia nisto tudo, apenas alguns gags melhor escritos, e inúmeras situações inusitadas.

Se podia ter evitado ver esta história insípida? Podia. Mas também não poderia discorrer sobre este filme específico, nem lembrar-me que já não tenho pachorra para estes filmes parvos.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Blog em remodelação

O blog está a ser alvo de algumas remodelações, na esperança de tornar a sua imagem um pouco mais apelativa.

Espero concluir em breve. Pelo menos as mudanças mais drásticas, porque por aqui tenta-se apresentar alguma coisa nova.

Em todo o caso, espero continuar a ter leitores a seguirem as minhas linhas, mesmo que sejam poucos. Mas bons.

sábado, fevereiro 20, 2010

The xx

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Old Dogs

As comédias familiares, os chamados filmes de domingo à tarde, são sempre produtos para consumir e mandar fora, sem que nada de bom ou mau venha ao mundo. Umas piores, outras melhores (The hangover foi dos melhores filmes do género que vi), a verdade é que tão depressa se vêem como se esquecem.

Neste filme, encontramos dois actores de prestígio, mas cujas carreiras já conheceram melhores dias. John Travolta e Robin Williams interpretam dois amigos de longa data, que andam às voltas com um importante negócio para as suas carreiras. O último depara-se com a notícia de que é pai de duas crianças já crescidas e vê-se na necessidade de tomar conta delas. O resto é a cartilha das comédias do género.

O filme é realizado por Walt Becker e tem o selo Disney.

A verdade é que a gigante do cinema de animação assina bons filmes animados, mas de uma maneira geral produz filmes de imagem real pouco significativos em termos artísticos. Serve para o público infantil, que se pode dizer o seu "target", mas acho que nesta história sai um pouco fora disto, uma vez que os protagonistas são dois homens em crise de meia idade - assunto pouco relacionado com crianças e que lhes dirá muito pouco.

Mas a Disney diz que é diversão para a família e vamos acreditar que sim, que num domingo à tarde, este filme encaixe num qualquer canal generalista.

Wild Hogs

Acrescentar ainda, que o realizador americano já tinha dirigido John Travolta numa outra comédia insípida, em 2007, chamada Wild Hogs - uma história que retratava um grupo de homens de meia idade, em crise, que se lançaram à estrada montados em motas, atravessando uma série de aventuras. Parece que as crises de meia idade são, de acordo com Becker, bom tema para comédias.

Sherlock Holmes

"Elementar, meu caro Watson", terá pensado Guy Ritchie quando pegou no clássico de Artur Conan Doyle - o regresso de Sherlock Holmes implicava uma revisão de estilo. Significava adoptar uma visão mais moderna do investigador mais famoso do mundo.

Alvo de inúmeras adaptações para o cinema e televisão, nunca os personagens foram tão recriados ou transformados. O que implicava um grande risco. Era muito fácil acusar-se a produção de adulterar os dois investigadores, sobretudo a personagem de Sherlock, que deixa de lado a figura sóbria e composta (ainda que excêntrica), para passar a ter um perfil mais boémio e mundano.

Assim, Guy Ritchie realiza um filme de aventura, com bastante acção e não apenas de investigação.

A dupla de actores funciona muito bem (aliás, tem sido o maior trunfo junto da crítica), com Downney Jr. a representar um Holmes muito relaxado e popular entre as mulheres e Jude Law, um Watson inteligente e sensato.

A intriga é boa quanto baste e gostei muito da fotografia - tem uma imagem que alimenta muito bem um ambiente mais sinistro e escuro que beneficia o filme, já que acaba por lhe dar um ar mais sério. Trata-se de um filme que se pretende para as massas, que pretende ser um blockbuster e que pretende ser um filme simples de aventura para entreter. A fotografia crua e sinistra faz o equilíbrio entre entretenimento e seriedade.

Sequela

A história termina em aberto, ficando espaço para uma sequela. Depois dos riscos que correram com as alterações de imagem de Sherlock Holmes, é natural que houvesse a ambição de fazer uma série de filmes, aproveitando a figura revitalizada do detective inglês. O risco era grande, mas ficava a possibilidade de continuar um trabalho arrojado.

Fazendo um balanço pessoal, acho que a continuação vai surgir naturalmente, até porque, como já disse, a dupla que protagoniza o filme funciona muito bem e parece que isso é meio caminho andado para que o público sinta necessidade de saber em que aventuras andam metidos.

The Temper Trap - Sweet Disposition

Para aqueles dias de chuva, que entramos no carro e ficamos fascinados pela água que cai no vidro, mesmo que contrariados pelos contratempos que gera.

Não é a música da minha vida, mas carrega uma boa dose de magia - daquilo que é feita a música.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

"The Box"

Sabendo que custaria uma vida, de alguém que lhe é desconhecido, e que lucraria um milhão de dólares, perante um enorme botão que confirma decisão, pergunta-se: carrega no botão e lucra, ou poupa a vida de um estranho?

A história deste filme desenrola-se durante os anos 70, em plena corrida nuclear. "The Box" segue um casal que é confrontado com um estranho que lhe oferece uma caixa muito peculiar - se carregarem num botão, há uma pessoa qualquer no mundo que morre, mas eles receberão um milhão de dólares.

O filme, de 2009, é realizado por Richard Kelly, nome marcado por "Donnie Darko", um filme com o mesmo espírito alternativo, mas de que, por sinal, não gostei.

Mas gostei deste. Possivelmente uma homenagem às fitas dos anos 70 e aos filmes de ficção científica dessa altura. Aliás, no desenrolar da história, comecei a notar semelhanças com alguns episódios da clássica série "The Twilight Zone", que explorava dilemas humanos em ambiências sci-fi, thriller, horror, suspense. Curioso foi, após uma pequena investigação, concluir que durante a temporada dos anos 80 da série norte-americana a historia foi adaptada para um episódio.

Depois de ver Avatar, gostei de ser surpreendido com um conceito inverso ao do filme de James Cameron. Se em Avatar parecia que a história servia de pretexto aos efeitos especiais, aqui a intriga é servida por excelentes efeitos, que nunca causam sensação de espanto, mas completam esta visão do fantástico com nota muito positiva.

"Button, Button"

"The Box" baseia-se num conto de Richard Matheson, um autor e argumentista norte-americano. Inicialmente publicado na Playboy, em 1970, o conto foi mais tarde republicado como parte de uma colecção de contos do autor.

Em "Button, Button" o desfecho é diferente, com a esposa a carregar no botão, a receber o dinheiro, mas com o custo da morte do seu marido - o homem morre num acidente de comboio. A mulher, inconformada, pergunta ao estranho que lhe entrega o dinheiro porque é que o marido morreu, já que o acordo era morrer alguém que não conhecesse. "Acha que conhecia realmente o seu marido?", responde o estranho.
Porque o final foi modificado para o episódio da série "The Twilight Zone", Matheson desaprovou a adaptação do conto para a TV.

Colaboração noutro blog

A partir de agora colaboro num outro blog, o http://lesoundcheck.blogspot.com/.

Essencialmente virado para a música mais alternativa, é uma interessante colaboração, quanto mais não seja porque terá à partida um maior número de leitores. Continuarei por aqui, a postar tanto quanto possível, mas abraço também este interessante desafio. O desafio de me dividir em dois blogs e de criar uma linha de ideias mais direccionada para leitores habituados a um determinado estilo.

Filipe Pinto é o natural vencedor dos Ídolos

Se calhar, depois daquilo que vi da Diana Piedade, concorrente do programa Ídolos, a atribuição do prémio não é assim tão simples. Talvez seja ela mais equilibrada, ou versátil. Mas estas coisas nem sempre respondem a uma lógica.

Lá venceu o Filipe Pinto.

Foi uma boa temporada de música, nesta edição e vão ficar alguns nomes para seguir. Assim se espera, nem sempre se confirma. Passou-se o mesmo com as anteriores séries e com outros programas.

Guardo na memória esta interpretação do rapaz Filipe, um bom tema através de uma bela voz.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Tom Waits - "Tango Till They're Sore" cover

Rain Dogs, Tom Waits

Para mim, Waits é sinal e marca de qualidade. Era capaz de passar horas a ouvi-lo e lamento muito que nunca se tenha dignado a vir ao nosso país.

Ultimamente tenho "andado a" "Nighthawks at the dinner", o brilhante falso álbum ao vivo, que me faz companhia nos finais de tarde em que chego a casa e arrumo a barafunda que se instala todos os dias em minha casa.

É delicioso musicalmente e tem uma ambiência divertida, boémia e fumarenta - como se fôssemos transportados para um bar escuro, com o senhor Waits a contar mais uma história.

Mas ele também um lado muito experimental e alternativo. Acho que este vídeo mostra o equilíbrio perfeito entre as suas facetas jazz e alternativas.

domingo, fevereiro 14, 2010

Tom Waits e Iggy Pop, Coffee and Cigarettes

Uma comédia surreal, bem ao meu estilo, realizado por Jim Jarmusch em 2003 (EUA).

São 11 curtas-metragens sobre diferentes personagens que discutem à mesa, entre café e cigarros, vários assuntos, como a forma correcta de se preparar um chá tipicamente inglês, as invenções de Nikola Tesla, discussões familiares, a cidade de Paris nos loucos anos 20, hip hop e o uso de nicotina como insecticida para as pragas.

Destaco a "curta" onde figuram Tom Waits e Iggy Pop; a minha preferida - duas das mais emblemáticas figuras da música, numa amena conversa que aparentemente não chega a lado nenhum.

Recomendável apenas a viciados em café e cigarros, ou amantes de uma boa comédia surreal, daquelas onde não há punchline, onde, em português, não há uma gargalhada para nos lembrar de rir no fim da piada.

La Roux estreia-se em Portugal em Março

Fazem parte das grandes revelações de 2009 e estreiam em Portugal este ano.

La Roux é um projecto inglês de electropop/Synth formado em 2008, por Elly Jackson e Ben Langmaid.

A dupla britânica, responsável pelos hits "In for the kill" e "Bulletproof", desloca-se ao nosso país, acompanhados de mais dois músicos de palco, em Março para uma actuação no Lux, onde irão apresentar o álbum de estreia homónimo.

Desde o momento que os comecei a ouvir na rádio que fiquei cativado pelo seu tom jovial e alegre, mas marcantes o suficiente para não serem considerados mais um produto descartável, fruto de uma moda.

Embora gozem o período que se vive na música, em que o rock e indie rock apelam às pistas de dança, em que as divas da pop se rendem também à música de dança e aos ritmos dançáveis, esta synth pop faz lembrar uma actualização de bandas como os Abba, quer pela música em si, como pelo uso de uma imagem psicadélica, quase ridícula.

Para não trazer para aqui apenas os clips de vídeo que correm as TVs, resolvi fazer uma pesquisa maior, até porque tenho muita curiosidade de saber como serão as apresentações da banda ao vivo - os vídeos em baixo mostram um pouco mais da banda, acho eu, e quanto aos clips, está tudo no Youtube, bem acessível.





sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Red Hot já têm novo guitarrista e um álbum a caminho

Passou-me completamente ao lado esta notícia - foi muito badalado o abandono de John Frusciante, dos Red Hot Chili Peppers e muita coisa se disse. Mas já desde meio de Dezembro do ano que passou que a banda tem um novo guitarrista e não me lembro de ver nada sobre o assunto.

Os Red Hot voltaram ao estúdio, em Outubro de 2009, e têm trabalhado com Josh Klinghoffer que é o substituto de Frusciante.

Klinghoffer é um músico e produtor musical norte-americano, baterista dos Warpaint e membro dos Bicycle Thief (que tiveram apenas um álbum lançado em 1999, "You come and go like a pop song").

Também tocou com Beck, Butthole Surfers, Golden Shoulders, John Frusciante, Jon Brion, Nine Inch Nails, PJ Harvey, Sparks, Vincent Gallo, etc.

Nova direcção

Sobre o novo álbum, em entrevista a um meio de comunicação, Chad Smith afirmou que com certeza tomará uma nova direcção, uma vez que têm um novo guitarrista.

"Ele é muito talentoso e bem musical. É novo, engraçado (...). Sei que [o novo álbum] será diferente e excitante. Acordar todos os dias e ir ensaiar deixa-me feliz, porque sei que algo novo e bom irá acontecer - então estou bastante animado. É óptimo".

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Them Crooked Vultures



The xx

Descobri esta banda recentemente. Parece que não é novidade nenhuma, porque já explodiu por esse mundo fora há algum tempo.

Gosto do ambiente algo etéreo das suas composições e imagino como serão ao vivo.

Não me vou alongar muito, deixo só um vídeo e a sugestão para que os descubram.

Diana Piedade, Ídolos

Com dois finalistas de peso nesta edição dos Ídolos, muita tinta tem corrido a propósito das histórias paralelas à música. É fazer uma pequena pesquisa na internet sobre o nome de um dos concorrentes e surgem um sem número de histórias, factos e opiniões.

Diana Piedade, uma das finalistas, viu a sua interpretação de "Piece of My Heart", de Janis Joplin, ser referida num site americano de fãs da cantora americana.

"Foi uma surpresa encontrar no janisjoplin.net a minha prestação", revelou a um jornal nacional.

"Cresci a ouvir a geração que fez os anos dourados da música. E isto graças ao meu pai, que ouvia muito o rock psicadélico dos anos 60", diz.

Entretanto, as votações para decidir o vencedor que será anunciado no próximo Domingo, dia 14, vão decorrer ao longo desta semana.


Para Setembro já está prevista a exibição de uma nova edição dos Ídolos, estando também prevista uma digressão nacional durante os meses de Março, Abril e Maio com alguns dos concorrentes a figurar no cartaz. Arranca a 13 de Março, no Campo Pequeno, em Lisboa.

Petição Queremos a Diana Piedade e o Filipe Pinto na London Music School

Enquanto pesquisava sobre a concorrente dos Ídolos, descobri que circula na internet por esta altura uma petição que pede para serem premiados os dois finalistas desta edição, já que ambos têm muitas capacidades e porque muita gente acha que ambos deviam ter a oportunidade de participar na London Music School.

"Desde o início do Programa "Ídolos" que a Múlti ópticas patrocina o grande prémio que é um curso de 6 meses na London Musich School com estadia num condomínio privado, onde o futuro vencedor do Ídolos terá a magnífica oportunidade de explorar o seu talento.

Sugerimos à Multi ópticas ou a outro patrocinador oficial do Ídolos que proporcione esta oportunidade ao segundo finalista do Ídolos pois são os dois brilhantes representantes das magníficas vozes e artistas que temos em Portugal!", pode-se ler na página de petições "Petição Pública".

O futuro

Disse-me alguém que a jovem algarvia tem ou tinha uma banda, mas por mais que pesquise na net, não encontro nada; nem nomes, nem referências a isto.

Ganhando ou não esta edição dos Ídolos, quero acreditar que a Diana não vai ficar por aqui e que vamos poder acompanhar a sua carreira musical por muitos anos.

Sabemos que a cena musical no nosso país é pequena, mas por vezes também há uma certa falta de crença, porque a verdade é que temos crescido muito. Há uma grande variedade de bandas hoje em dia e por muito fechadas que sejam as rádios ou as editores, têm surgido novos talentos com muita frequência, quer seja através de concursos, ou através de algumas iniciativas de algumas rádios.

Para terminar, deixo em baixo dois vídeos de duas actuações da cantora, vocalista, front-woman, as duas de que mais gostei até agora, ou as que melhor recordo.




domingo, fevereiro 07, 2010

Arctic Monkeys no Campo Pequeno, parte II

Boa noite de música, no Campo Pequeno, numa noite que se fez muito chuvosa.

A minha expectativa era grande, até porque nunca tinha estado no Campo Pequeno para assistir a espectáculos e confesso que era daqueles que ainda não conhecia bem o último trabalho da banda inglesa. Só dias antes andei furiosamente a tentar apreender todas as notas e palavras que estão em disco, para melhor gozar o concerto. A verdade é que saí do concerto ainda mais entusiasmado com o novo álbum e tenho consumido avidamente este disco gravado no deserto e com boa e forte influência de Josh Homme, dos Queens of The Stone Age.

Foi por trás de uma enorme cortina vermelha que a banda arrancou para uma grande actuação, para gáudio de uma plateia entusiasmada com a possibilidade de voltar a ouvir novamente alguns dos temas mais conhecidos dos ingleses e ver como funcionaria o novo álbum ao vivo - as ambiências mais negras não jogavam bem com a imagem que, pelo menos eu, tinha do grupo ao vivo. Mas tudo funcionou na perfeição.

Com Hambug na ponta da língua

Como se esperava, ou calculava, foi com o novo álbum na bagagem que se deslocaram ao nosso país e, portanto, foram sobretudo os novos temas, como "Crying and lightning" e "My Propeller", que mais figuraram no alinhamento do concerto.

No entanto, não deixaram de apresentar alguns dos temas clássicos do primeiro e segundo álbuns, como "When the Sun Goes Down" ou "I Bet You Look Good on the Dancefloor", dos mais aplaudidos e dançados (porque esta banda faz rock para dançar).

Houve ainda tempo para uma versão de um tema de Nick Cave, "Red Right Hand".

Fecharam a actuação com "Secret Door" e confettis, mas voltaram para o encore com mais dois temas, para brindar um muito fiel público, que muito antes da hora prevista para a abertura das portas, já rodeava o recinto e se fazia ouvir.

O antes...

A noite era de chuva e cheguei muito cedo ao Campo Pequeno, até porque achei que pelo preço pago, tinha direito a gozar tudo o que a noite proporcionasse. Incluindo a concentração em redor da sala, a abertura de portas, a entrada dos fãs, o compor das bancadas e a banda de abertura.

Fumei vagarosamente cigarro atrás de cigarro, enquanto apreciava junto às grades a agitação de quem queria entrar antes de toda a gente e garantir um lugar bem próximo do palco. Porque ia ver o concerto num camarote e não havia fila para entrar, aguardei até à última para subir e fiquei a observar as movimentações na porta principal.

No momento em que abriram as portas, instalou-se a loucura (ponderada), porque havia resistência à entrada, proibidas que estavam de entrar garrafas de água e máquinas de fotografar.

Na ânsia de entrar, a correr, como se competissem numa maratona, vi pessoas serem agarradas por seguranças que tentavam impedir as correrias e vi uma rapariga cair estatelada no chão, tal a força com que arrancou em direcção à porta.

Uma banda pouco misteriosa
Foram os também ingleses Mystery Jets que abriram a noite para os Monkeys. Se inicialmente os imaginei ilustres desconhecidos, foi através do tema "Two doors down" que me apercebi que tenho-os ouvido várias vezes na rádio.
Têm uma sonoridade ligeira, muito radio friendly, que proporciona murmúrios vários, no autocarro, no duche, na fila do hiper-mercado, pegadissas que são as suas músicas, mas estão longe de ser uma daquelas bandas que nos marcam para sempre.
Em todo o caso, ajudaram à festa e a criar um bom ambiente antes de nos atirarmos de corpo e alma à música dos Arctic Monkeys.

Alinhamento dos Monkeys:
1. Dance Little Liar
2. Brianstorm
3. This House Is A Circus
4. Still Take You Home
5. Potion Approaching
6. Red Right Hand (Nick Cave cover)
7. My Propeller
8. Crying Lightning
9. Catapult
10. The View From The Afternoon
11. I Bet You Look Good On The Dancefloor
12. Fluorescent Adolescent / Only You Know (Dion cover)
13. If You Were There, Beware
14. Pretty Visitors
15. Do Me A Favour
16. When The Sun Goes Down
17. Secret Door
Encore
18. Cornerstone
19. 505.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

The rocker

Este é um daqueles filmes que nem merece grandes comentários. É uma comédia, de 2008, algo aparvalhada, sem grandes notas - resta acrescentar que é divertido para quem gosta de bandas rock e ainda tem alguns sonhos de vir a ser uma rock-star.

Sinopse
Nos anos '80, Fish é um dedicado baterista da iniciante banda Vesuvius. De um momento para o outro, ele é expulso da banda, precisamente quando a banda se torna numa das maiores bandas rock do mundo.

Desapontado, acaba por se render e arranja um emprego normal e deixa a música de parte. 20 anos depois, surge a oportunidade de regressar à bateria, convidado a entrar na banda do seu sobrinho...

Arctic Monkeys no Campo Pequeno

É já logo à noite que se repete a dose, depois de ontem terem actuado no Porto. É a terceira vez que vêm actuar no nosso país, a segunda que eu os vou ver e promovem agora o último álbum, Hambug.

Voltarei cá para partilhar a experiência com os leitores.


terça-feira, fevereiro 02, 2010

O fantasma

Pouco impressionante esta adaptação para o cinema deste personagem dos quadradinhos, dirigido pelo australiano Simon Wincer.

A história é sobre Billy Zane, o vigésimo descendente dos heróis conhecidos como Fantasma. Ele descobre que um industrial em Nova York planeja roubar as três caveiras mágicas de Touganda que, unidas, lhe dariam grande poder e parte numa grande aventura numa luta contra o mal!

A recordar um pouco as histórias do Indiana Jones ou d'As Minas de Salomão, o filme é algo infantil e não entusiasma muito, mas gosto sempre de ver adaptações de BD para o grande ecrã.

Aconselho sobretudo a entusiastas de Banda Desenhada, porque fora disso não deve ter grande interesse, nem ao nível da intriga ou dos efeitos especiais.

O Fantasma em mini-série

Entretanto, é já este ano que está prevista a estreia de uma mini-série sobre o herói púrpura. Na minha opinião, e assim de repente, assassinaram o fato tradicional. Embora seja uma tentativa de renovar o personagem, com um look mais moderno e high tech, foge muito à imagem BD que se conhece, pelo que não me convence muito.

Já existe um trailer a circular pela internet onde se percebe uma grande dose de violência, com assassinatos, muito sangue, lutas e cenas de acção. Há até quem a compare com Smallville, que conta a história de Clark Kent antes de se tornar o Super-Homem e aponte grandes diferenças, com conceitos muito distintos nas duas produções.

Em baixo, o referido trailer...

Hancock

Agradável este filme que dizem ser uma sátira à figura mítica do super-herói dos comic books.

Hancock (Will Smith) é um herói cuja popularidade se arrasta, devido às suas tentativas de resgate pouco convencionais. Após salvar um agente de relações públicas, o mesmo oferece-se para o ajudar a melhorar a sua imagem.

Sugere então que Hancock se entregue a uma ordem de prisão lançada contra si, para dar o exemplo e iniciar a mudança de sua imagem junto do público. Supondo um aumento de criminalidade, devido à sua ausência, a população chama-lo-ia de volta.

Os efeitos especiais são muito bons e a ideia inicial está bem conseguida, abordando o conflito interior do herói. Já mais para a frente, no desenrolar da história, a coisa dispersa-se um bocado, apelando ao lado romântico, com Hancock a relembrar um envolvimento amoroso, que nem vou revelar aqui para não estragar a surpresa.

Não é um grande filme, mas é uma boa história de super-heróis.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

La Flag

Foi no passado dia 23, de Janeiro, que estive no Espaço Reflexo, em Sintra, a assistir a um grande concerto - os La Flag, banda de pós-rock instrumental que durante cerca de uma hora me levaram ao céu e me arrepiaram todo com muito sentimento e muito rock. Momentos introspectivos e outros de grande vigor e força, distorção.

A projecção vídeo numa tela, atrás da banda, só enriqueceu a apresentação, numa noite entre amigos.

Tive a oportunidade de conversar um pouco com o baixista da banda e de lhe dar os parabéns pelo óptimo trabalho desenvolvido.

Uma banda a seguir.

http://www.myspace.com/laflag

The Men Who Stare at Goats

"The Man Who Stare at Goats", uma das melhores comédias que vi nos últimos tempos. A história começa com Ewan McGregor no papel de um jornalista desesperado por uma história bombástica e que decide partir para o Iraque. Lá conhece Lyn Cassady (George Clooney), que afirma ser um ex-soldado norte-americano do departamento de psíquicos, reactivado após o 11 de Setembro. As revelações de Cassady são inacreditáveis, deixando o personagem de McGregor em constante dúvida sobre a veracidade das histórias que vai ouvindo, mas deixando-se levar numa aventura que parece não ter destino certo.
Jeff Bridges interpreta o fundador do programa de soldados psíquicos e Kevin Spacey, outro soldado com poderes mentais, que gere um campo de prisioneiros no Iraque.

Todo o ambiente prima pelo surreal, humor que mais me atrai e que neste filme é levando para lá de todas as fronteiras. George Clonney desenvolve uma personagem brilhante, que nos transporta ora para a dúvida ora para a certeza que de facto existem capacidades extra-sensoriais nestes militares da paz.

Apetece dizer: parece uma comédia. E é mesmo.

No entanto, este filme baseia-se num livro escrito pelo repórter norte-americano Jon Ronson, que desenvolveu uma história bem mais dramática e que não se limita a fenómenos paranormais.

No livro, é o próprio Ronson que corre atrás de generais verdadeiros para descobrir a relação entre o treino dos supersoldados paranormais e as torturas psicológicas aplicadas aos presos iraquianos de Abu Ghraib há sete anos.

Ele garante ser tudo real, até mesmo a estranha, e frustrada, mania de atravessar paredes com o poder da mente. Ronson conta em 16 capítulos como esse treino, aprovado pelo governo Bush, levou a Inteligência americana a incorporar técnicas do Projecto Jedi para arrancar confissões aos suspeitos quando o ex-presidente dos EUA declarou guerra ao terror, após o ataque às torres gémeas.

Há quem diga que este livro é o manual das técnicas de tortura do governo norte-americano e são reveladas inacreditáveis suspeitas, que só podemos supor serem reais.
Se calhar vale a pena ler o livro depois de ter visto o filme.