segunda-feira, setembro 28, 2009

Xutos no Restelo - noite de celebração

Eu fui um dos 40 mil espectadores que estiveram sábado no Restelo, a ajudar no terminar das celebrações dos 30 anos de carreira dos Xutos e Pontapés e embora não tenha assistido aos concertos de abertura dos Pontos Negros ou dos Tara Perdida, tive oportunidade de ver e ouvir uma grande noite de muita música.

E para assistir ao espectáculo (porque foi mais que um simples concerto), estava realmente cheio o estádio com jovens muito jovens (vi uma criança num carrinho) até aos mais velhos, a todas as idades, muitos, com certeza, com idade para serem avós.

Um dos aspectos fundamentais a destacar do concerto é o aparato cénico que demonstrava uma dimensão que punha à prova o tamanho desta banda nacional, num país onde a cena musical é demasiado pequena e que não teria à partida dimensão para um concerto à escala das grandes bandas internacionais. Mas na noite de sábado ficou provado precisamente o contrário.

Uma das coisas que mais enriqueceu a noite foram as projecções em vídeo, que acompanhavam a música que saía do estrondoso sistema de som, que se fazia ouvir a Km do estádio do Belém.

Também ajudou para ao panorama geral o ritmo a que as coisas aconteciam, os convidados escolhidos e a forma como foram encaixados no programa das festas. Primeiro Pacman, dos Da Weasel no tema "Sangue da cidade" (pareceu-me ter um mau som de micro), e num momento acústico os Xutos interpretaram "Não sou o único" e "Conta-me histórias" (com Tim na voz e guitarra acústica e Pedro Gonçalves, dos Dead Combo, no baixo), "O que foi não volta a ser" e uma versão de "Homem do leme", cantada por Camané - arrepiante, esta última, embora estivesse à espera de uma personalização da canção, uma apropriação maior por parte do fadista.

No regresso para o primeiro encore, Kalú e Zé Pedro cantaram cada um um tema.

Para terminar, "A minha casinha", tema durante o qual a banda aproveitou para distribuir palhetas e baquetas, estavamos já em fase de despedidas, agradecimentos, sorrisos.
Foi depois deste tema que vim embora, embora ainda tenha ouvido já cá fora, enquanto tentava "furar" caminho pelo trânsito o tema "Para sempre", da banda-sonora do filme "Tentação".

Por último, destaco também a boa forma que a banda apresentou, talvez guiados pelo entusiasmo que a noite propiciava, sobretudo o João Cabeleira, que normalmente eu acho estar sempre fora de tom nos seus muitos solos. No sábado a sua guitarra soava tão demoníaca como deve ser.

Balanço final: uma espectacular noite de música (não de música portuguesa, mas de música), um excelente augúrio para o futuro musical em Portugal.

quinta-feira, setembro 24, 2009

“We Will Take You With Us”, Epica

Este título, dos holandeses Epica, foi lançado em 2004, mas só agora me chegou à escuta.

Transpira ópera por todos os lados, tem marcado drama e intensidade e vai também buscar inspiração ao ambiente dos musicais, sobretudo graças à versão que a banda interpreta do tema principal da obra "Cats".

“We Will Take You With Us” é resultado da apresentação parcialmente acústica da banda, no Wisseloord Studios, na Holanda, para o famoso programa de rádio e TV local 2 Meter Session, acompanhada a banda por um octeto de cordas e de um pequeno coral.

A banda, que teve uma ascensão meteórica com o seu primeiro lançamento, "The phantom agony", é uma das principais bandas a nível mundial na vertente gótica do heavy-metal.

  1. "Façade of Reality"
  2. "Sensorium"
  3. "Illusive Consensus"
  4. "Cry for the Moon"
  5. "The Phantom Agony"
  6. "Seif al Din"
  7. "Feint" (versão acústica)
  8. "Run for a Fall" (versão acústica)
  9. "Memory"

Xutos no Restelo e eu vou lá estar

Sábado, dia 26 de Setembro, os Xutos e pontapés vão ao Restelo para fechar a tourné nacional que comemora os 30 anos de carreira da banda.

Eu vou lá estar.

Segundo algumas informações que andei a reunir, o concerto prepara-se para ser uma coisa nunca vista, "uma coisa nunca pensada", "um palco nunca visto em concertos de bandas portuguesas", revela Luís Montez, da promotora Música no Coração. A actuação deve ser apoteótica, porque marca o regresso da banda aos grandes palcos, eles que têm andado a correr o país.

Já os vi no Coliseu de Lisboa, nos jardins da Torre de Belém e no Pavilhão Atlântico - agora num estádio, à moda antiga, vamos a ver como se portam estes jurássicos do rock português, que apesar de tudo sobrevivem à passagem dos anos sempre com grande fulgor.

quarta-feira, setembro 23, 2009

Café na Fnac ao som dos BAR

O café da Fnac tem destas coisas - um cafezinho transforma-se facilmente numa sessão de música ao vivo, porque há sempre um concerto agendado a virar da esquina.

Desta vez, tinha ficado informado sobre o concerto dos BAR numa primeira entrada, para depois voltar para um café ao som da pop rock que os portugueses debitam com ritmo apreciável, numa versão mais acústica que eléctrica, mas muito viva, cheia de ritmo.

Segundo o meu camarada Fernando, que estava comigo e já os viu ao vivo numa outra vez, eles têm alma rock, talvez até mais indie.

Honestamente, parece-me que me divertiram por ser música ao vivo, porque a impressão que tive na altura foi que se calhar em estúdio soariam a banal, a desinteressante. Já estive na página do myspace da banda e, de facto, não conseguem impressionar muito.

Como a voz, tudo é um pouco banal no som que practicam, sem rasgo, sem muito interesse.

Como nota final, à saída da Fnac, deparámo-nos com o desaparecido Axel, cantor pop/pimba, filho do também cantor Fernando Correia Marques, de quem me lembrava por ter aparecido num concurso da TV (sempre com ares de galã) e estava ontem com uma péssima imagem - gordo, careca, vulgar. Só tenho pena de não encontrar na net nenhuma fotografia recente nem ter tido oportunidade de tirar eu uma foto.

segunda-feira, setembro 21, 2009

"Texas Flood", Stevie Ray Vaughan

Blues e country-rock, é ao que soa este álbum do guitarrista Stevie Ray Vaughan em conjunto com a sua banda, os Double Trouble.

Original de 1983, estreia em longa duração do músico, toca na minha aparelhagem uma re-edição saída em 1999 que inclui alguns extras, nomeadamente faixas como "Testify" ou "Wham!" ao vivo.

Mais do que um álbum de blues e rock, é um trabalho para quem não desconfie das sonoridades mais country, porque é numa viagem de chapéu em bico na cabeça que a banda nos leva, sem qualquer pudor em colocar toda a raíz norte-americana num caleirão onde parece estar essencialmente um blues vitaminado, com energia e groove.

1- "Love struck baby"
2- "Pride and joy"
3- "Texas flood"
4- "Tell Me"
5- "Testify"
6- "Rude mood"
7- "Mary had a little lamb"
8- "Dirty pool"
9- "I'm cryin"
10- "Lenny"

Bonus tracks
11- "SRV Speaks"
12- "Tin Pan Alley" (aka Roughest place in town)
13- "Testify" (live)
14- "Mary had a little lamb" (live)
15- "Wham!"(live)

Em baixo, "Testify" ao vivo, o melhor tema deste álbum, que parece não ser um original do grupo, mas uma versão de um clássico dos blues, original dos The Isley Brothers, grupo norte-americano de Soul e R&B.

sábado, setembro 12, 2009

"Armada", Keep of Kalessin

Este projecto norueguês liderado pelo também norueguês Obsidian Claw, tem vindo a consolidar o seu nome como mais um projecto de qualidade saído do país que exporta mais bandas de death-metal do mundo, a Noruega.

Embora com novo álbum em promoção, o referido em cima - "Colossos" -, debruço-me sobre o anterior "Armada", já de 2006, um trabalho de raízes death-metal.
É no entanto uma trabalho que não se fica pela "secura" alimentada a blast-beats sucessivos, riffs cortantes e áridos. Tem também poucos ou nenhuns devaneios melódicos, que comprometam a sonoridade da banda, embora tenha um lado, mais "adocicado".

Não sendo eu um fã destas vertentes mais extremas do metal, natural destaque para a fácil audição do álbum dos Keep of Kalessin, com riffs abrasivos, mas de fino recorte, técnicos, mas velozes, raivosos mas com noção de realidade.

Um dos grandes trunfos que vejo neste trabalho é a secção rítmica, mais concretamente a bateria, que tem uma riqueza assinalável para este tipo de propostas. Com a velocidade furiosa habitual nesta vertente do metal, a verdade é que se inclina muitas vezes para o metal progressivo, para apontamentos quase jazzísticos.

Aliás, este parece-me um aspecto a reter, esta tendência para um black-metal trabalhado com recorte progressivo, mas sem perderem a noção de "canção", expressão tão avessa ao mundo metaleiro, mas que faz sentido em qualquer universo musical

Uma outra coisa que me chamou à atenção, foram as passagens acústicas que fogem àquela técnica/recurso que é a de colocar interlúdios antes dos temas, aqui antes servindo o tema mais à frente, no decorrer do tema.

Por fim: sei que nunca serão uma das minhas bandas favoritas, mas enquadram-se naquelas propostas interessantes que deixam apontamentos que nos levam a acreditar que, mesmo num estilo tão extremo, podem-nos surpreender.

"Armada" - Keep of Kalessin

1. Surface
2. Crown of Kings
3. The Black Uncharted
4. Vengeance Rising
5. Many Are We
6. Winged Watcher
7. Into the Fire
8. Deluge
9. The Wealth of Darkness
10. Armada

sexta-feira, setembro 11, 2009

Rammstein, imagem polémica

Os Rammstein, que se preparam para vir a Portugal muito em breve, têm novo trabalho prestes a sair e já vão levantando alguma polémica com este novo lançamento - neste caso, a imagem promocional mostra os músicos não necessariamente como vieram ao mundo, mas "cheios" de nudez.

A imagem é curiosa, porque tem um arrojo estético que não vem só da caracterização feminina (que talvez se relacione com o título do single de avanço - "Pussy"), mas pelo ar de manequim, de boneco de plástico que têm os músicos.

Com passagem agendada pelo nosso país a 19 de Outubro, aguardamos mais novidades sobre o novo registo, "Liebe Ist Für Alle Da", o sucessor de Rosenrot.

Até lá, e recorrendo ao Youtube, já posso avançar mais qualquer coisa sobre o novo trabalho que para já tem no single uma particularidade - ser cantado em inglês.
Desta vez os alemães resolveram, aparentemente, editar um trabalho despudorado, com muita nudez e clara alusão ao sexo. Será assim o álbum todo? O que é que podemos esperar do novo longa-duração? "Questions, questions", e aguardamos por mais.



Mais uma vez o "live act" supera o "Studio edit" - já estou farto de consumir este tema no air-play das rádios e embora fique mesmo colado ao ouvido, não me perdia muito nele.

Esta apresentação vale muito.

Beth Ditto, The Gossip

Uma das melhores "lead-singers" que surgiu nos últimos tempos - lésbica, morbidamente obesa, controversa, mas uma voz inconfundível, uma presença musical notável.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Momentos musicais na TV

Uma das coisas de que mais gosto é ver na TV momentos musicais em programas de entretenimento, se de qualidade e acima de tudo, se ao vivo - excluo portanto aquelas apresentações foleiras dos programas da tarde na TV portuguesa.

Refiro-me a momentos de música ao vivo.

Em baixo alguns dos meus preferidos, assim de repente.

"Diz que é uma espécie de magazine"








"Herman Sic"




"5 para a meia-noite"


"Conan O'Brien"




"Boa Noite Alvim"


"David Letterman"


E muitos mais, muitos mais...

quarta-feira, setembro 09, 2009

"Feeling good", grande tema

Conheci este tema pela interpretação do Michael Bublé, uma interpretação bombástica, com feeling, sentimento, garra e muito, muito engenho. Depois vieram os Muse a dar uma cor diferente, mas igualmente boa.

Segundo me consta, a música é um original da Nina Simone.



















Este tema é tão bom, que até o David Hasselhof consegue safar-se numa interpretação bem clássica.

"Canção do Carocho", Da Weasel

Este tema merece muita atenção pelo aspecto cru. Acho que tem uma força qualquer, qualquer coisa ligado à maneira como o baixo marca o ritmo e a forma como o Pac-Man dispara a crítica ao vício e à podridão dos "mitras", dos "agarrados", dos "junkies", sem pejo, sem eufemismo. Forte, muito forte.

terça-feira, setembro 08, 2009

"Sobrinho de Tony Soprano" torna-se realizador

Há uma série de episódios do programa de TV "Sopranos" em que o sobrinho de Tony Soprano revela um grande interesse pelo cinema e pela realização cinematográfica.

Agora, o actor, Michael Imperioli, vai mesmo na vida real ver um filme assinado por si sair para o mercado. "The Hungry Ghosts", o título, tem estreia marcada para 15 de Setembro no Museu Rubin, em Nova Iorque, na noite em que está também marcada uma reunião do elenco da série norte-americana.

Os bilhetes vendidos irão reverter a favor dos refugiados tibetanos e dos monges budistas.

O actor/realizador estuda filosofia oriental e revela que na película "O budismo é um antídoto para os personagens do filme".

Com 105 minutos, a longa metragem tem um modesto orçamento de 683 mil euros.

Friends!

Tenho a impressão que já falei nesta cena da série Friends, mas tenho mesmo que a recuperar - não há programa de TV que substitua esta. Então cá por casa, a par de outras, vamos sempre voltando a ver alguns episódios tentando esquecer que depois da décima temporada não há mais.

Neste momento já estamos a voltar ao início, forjando uma continuidade que lá vai fazendo de conta.

Quanto a cenas preferidas, esta será a escolhida, a primeira que me lembro sempre que a questão se coloca.

Scarlett Johansson de regresso à música

Se há coisa que se pode dizer sobre Scarllet Johansson é que é muito versátil.

Ainda com um longo caminho por percorrer (porque é jovem e parece-me que ao nível do cinema ainda lhe falta um grande papel), a norte-americana move-se entre o cinema, a publicidade (muito próximo da moda, "vendendo" rosto e corpo, a sua imagem) e mais recentemente na área da música.

Depois de ter conquistado a marca Dolce & Gabbana, emprestando a sua imagem à campanha de produtos de beleza da marca, a actriz é o rosto de «Rose The One», a versão rosa deste perfume que chega às lojas no mês de Setembro.

E pela internet já circula um single de avanço sobre o novo álbum que está na forja para sair em breve, um trabalho a "meias" com Pete Yorn e intitulado "Break Up", com lançamento previsto para hoje, dia 8 de Setembro.

Para começar a desfrutar do trabalho, sugiro ver o vídeo do tema "Relator", o tal que já habita a internet.



Relembro que Scarlett se estreou nos lançamentos discográficos com o trabalho "Anywhere I Lay My Head, lançado em maio de 2008.

Quanto ao cinema, a actriz só regressará ao grande ecrã no próximo ano, com "Homem de Ferro 2".

"Wrathchild", Iron Maiden

A banda metal/rock Iron Maiden foi das primeiras bandas dentro do espectro rock que eu comecei a gostar e sempre a mantive entre as minhas preferências musicais, mesmo se analisando à luz da razão ela seja limitada ou não tão virtuosa como se apregoa - a idade avançada também abona a seu favor.

Mas gosto de os ouvir e deixo aqui um vídeo para quem gostar, que me relembra uns Maiden ainda frescos, novos, cheios de força e presença em palco.



Porque o vídeo não mostra a actual formação, resolvi remexer no fundo do baú e peço "emprestado" à Wikipedia a lista de ex-integrantes da banda - uma enorme lista, que vinca a enorme história do grupo inglês.

Paul Di'Anno
Terry Rance
Ron Matthews
Dennis Wilcock
Bob Sawyer
Terry Wapram
Thunderstick
Tony Moore
Doug Sampson
Tony Parsons
Dennis Stratton
Clive Burr
Paul Todd
Paul Cairns
Blaze Bayley

segunda-feira, setembro 07, 2009

"Starlight", Muse

Uma das melhores versões ao vivo dos Muse, deste tema. O tom fantasmagórico que Bellamy traz ao tema com a sua guitarra é arrepiante e traz qualquer coisa de diferente àquilo que ficou registado em estúdio.

"Are we humans?"...

Não sou nem fã, nem conhecedor da carreira dos Killers.

Mas na qualidade de apreciador de música e de quem gosta de partilhar, remeto a vossa atenção para este vídeo, que tem sobretudo uma componente cénica e teatral - mostra que a música é mais que "música", é arte nas suas diferentes ou componentes diversas, porque ouvir música completa-se a ver, a cheirar e a sentir.

Neste caso, o impacto visual é delicioso e faz-me relatar esta observação aqui no blog, sobre um tema musical que nem me é muito favorito, talvez apenas e somente enquanto hit-single radiofónico.

Ou seja, vale mais ver e ouvir, do que limitar a existência desta música, porque a música também é muito imagem.

"A dúvida"

Este foi um dos últimos filmes que vi, mesmo sem grande atenção. Fui vendo, digamos assim.

Com Meryl Streep e Philip Seymor Hoffman como protagonistas, o filme basea-se numa peça premiada com um galardão da Broadway.
A história retrata a luta entre um padre e uma freira, levantado esta dúvidas sobre a suspeita sobre se o padre em questão estaria ou não a abusar de um jovem negro, na escola que dirige.

Os diálogos incidem sobre a religião, a moral ou a autoridade, temas demasiado controversos no período retractado pela película, meados de '60.

De acordo com Seymor Hoffman, este padre "é alguém que tenta criar novas existências (...). Mas encontra-se num meio onde o debate de ideias é particularmente difícil (...).

A personagem de Meryl Streep personifica essa resistência ao debate livre, arriscando "(...) perder tudo e ficar sem recursos", explica a actriz. "(...) ela quer apenas livrar a sua escola de algo que vê como um mal familiar e reconhecível".

Quanto ao espectador, o título exemplifica bem a temática da longa-metragem, tendo o final tanto de conclusivo, como de dúbio.

Eu, para não fugir à regra, não apreciei o final, que para mim revela uma certa frustação que quem vê o filme sente de certeza.