terça-feira, novembro 25, 2008

Sky Captain e o Mundo de Amanhã

Depois de um passeio domingueiro, nada como preparar tudo para uma sessão de cinema em casa. Desta feita, um DVD comprado numa dessas lojas de artigos informáticos, componentes musicais e cultura espalhados como que em caixotes de fruta. A escolha recaiu no título que se pode ler em cima.

Este filme é uma fusão dos universos das sagas Star Wars e Indiana Jones – eis a descrição possivelmente perfeita deste Sky Captain, um filme essencialmente de aventuras, com heróis e vilões, à moda antiga.
A fotografia é a de uma banda desenhada retro-futurista, cuja acção decorre numa Nova Iorque em finais da década de 1930, com robots gigantes, aviões acrobáticos, navios voadores, um ás dos céus, uma repórter intrépida e uma deslumbrante capitã. São estes alguns dos ingredientes desta história de romance, acção e efeitos especiais.
Não há verdades filosóficas, nem críticas políticas neste filme. A leitura fica-se pelo entretenimento sem compromisso, não pretendendo ir mais longe e acaba por ser bem conseguido, porque é fantasioso sem cair no ridículo, prestando até uma bonita homenagem a este género de filmes, através do uso de imagens do tipo BD.
É um bom filme de aventuras para ver em família.

Realização: Kerry Conran
Argumento: Kerry Conran
Elenco: Gwyneth Paltrow, Jude Law, Angelina Jolie
Ano: 2004
Género: Acção, Aventura e Ficção Científica
País: EUA, Itália, Reino Unido

quinta-feira, novembro 20, 2008

Coldplay, ou a banda que queria ser um fósforo…

Chris Martin, dos Coldplay, afirmou há dias que contava reformar-se aos 33 anos – daqui por dois anos. Talvez com esta ideia em mente, a banda não vai deixar terminar o ano em que lançaram um dos seus mais bem sucedidos álbuns, sem antes lançar, já a 24 deste mês, um EP de edição limitada, com seis faixas inéditas e outras duas versões dos temas “Lost” (com Jay Z) e “Lovers In Japan” (versão Osaka Sun Mix).
Ainda na sequência deste lançamento, estará no mesmo dia à venda uma nova versão do álbum “Viva La Vida…”, que será acompanhada pelo EP “Prospekt’s March”.A este ritmo, a queimar tantos cartuxos de uma vez, vão no bom caminho para uma pré-reforma…

Segunda-feira, 24 de Novembro: edição em formato CD dos temas UPA

“Levanta-te contra a discriminação das doenças mentais” – foi este o repto que a Associação “Encontrar+se” lançou a alguns dos mais conhecidos músicos portugueses e à comunidade em geral. O desafio foi aceite e, antes que o ano termine, os temas são reunidos e editados pela Sony BMG, num “pacote” que inclui, para além de dez temas, um DVD com ilustrações, entrevistas e filmes integrados na campanha de cariz social.
Este projecto, para além de ter mérito pelo carácter de beneficência, tem particular interesse para mim, uma vez que vive de colaborações entre músicos de áreas muito distintas, algo que aprecio bastante. Já tive oportunidade de ouvir os temas e fico feliz por ver tão bom resultado e por ver que os músicos em questão não se coibiram de produzir boa música, de se embrenhar na criação de material com valor que excede a vertente social – são efectivamente músicas que farão as pessoas comprar o CD pela qualidade musical e não apenas por uma questão de solidariedade.

É preciso ainda frisar que "o projecto musical foi concebido por Zé Pedro (Xutos & Pontapés), em parceria com Paula Homem e Pedro Tenreiro, com Nuno Rafael na direcção artística e produção.
Missão: Dar um pequeno passo que fará toda a diferença no entendimento e aceitação das doenças mentais", pode ler-se na página electrónica oficial do projecto.

Visitem a página oficial e deliciem-se com a apresentação original, oiçam os temas on-line e estejam atentos à edição do CD. Eu sei que vou estar!
http://www.encontrarse.pt/

quarta-feira, novembro 19, 2008

ARTE LISBOA

Começa hoje a feira de arte contemporânea que decorre habitualmente na FIL (Feira Internacional de Lisboa).
Em baixo, algumas informações gerais e o press-release disponibilizado na página oficial do evento.

Informação Geral
A 8ª edição da ARTE LISBOA vai realizar-se entre os dias 19 e 24 de Novembro. A feira de arte contemporânea portuguesa decorrerá no Pavilhão 4 do recinto da FIL, situado no Parque das Nações, em Lisboa, junto ao Rio Tejo.
Datas e Horários
Preview & Vernissage: 19 de Novembro, das 18:00 às 23:00 horas
Abertura da Feira ao Público: 20 – 24 de Novembro, das 16:00 às 23:00 horas
Bilheteira
Bilhete Individual 20 - 24 Novembro: 8,00 € (IVA incluído)Bilhete Estudante / Jovem / Sénior 20 -24 Novembro: 4 € (IVA incluído)Catálogo Oficial ARTE LISBOA 2008: 20,00 € (IVA incluído)
GALERIAS ADMITIDAS
Em constante renovação, consolidando e atraindo novas presenças do panorama galerístico nacional e internacional, a próxima edição da ARTE LISBOA conta com a presença de 70 galerias, das quais 45 são nacionais e 25 estrangeiras. Em relação à maioritória representação nacional é de salientar a nova inserção das galerias Art Form, Bernardo Marques, Leonel Moura, Nuno Sacramento e Pente 10, que pela primeira vez estão na feira. No que respeita à participação internacional, Espanha volta a ser o país estrangeiro mais representado com 21 expositores, e assinala o maior número de novas integrações, através da presença das galerias Adhoc, Alonso Vidal, Bacelos, Casaborne, Del Sol St., Heinrich Ehrhardt, Marisa Marimón, Estiarte e Marta Cervera. O Brasil está uma vez mais na ARTE LISBOA, com a galeria Amparo Sessenta do Recife, bem como Moçambique, que terá um ponto de referência a cargo da Muvart. Finalmente, a Alemanha está presente através da nova participação da Brot und Spiele Galerie, e a Coreia, com a incorporação da Aka Gallery.

terça-feira, novembro 18, 2008

Concerto 10 anos Fnac, Pavilhão Atlântico (14-11-2008)

O espectáculo começou perto da hora marcada, passavam pouco mais de 20 minutos das 20h00. Foi o conhecido humorista Nuno Markl a abrir a noite com uma breve apresentação do que se ia passar e a introduzir a festa, sempre com a sua boa disposição (embora para ser franco, me pareceu estar a actuar em requisitos mínimos – ter sempre graça é impossível).
A noite era dedicada à música portuguesa e tinha vários motivos de interesse para mim.

A primeira banda a actuar foram os Peixe: avião, uma das apostas mais recentes da Fnac e da Antena 3 e que pratica um pop-rock cantado em português e inglês, com algumas nuances mais alternativas – a fusão com a electrónica é o que mais se destaca. Fazem lembrar, ainda que a espaços e com as devidas distâncias, uns Radiohead na sua vertente mais “distorcida”. A actuação não foi brilhante, porque para além de serem a primeira banda, o que os prejudicou, o Atlântico ainda estava a compor-se nessa altura e acabaram por sofrer também com o som de pouca qualidade de que dispuseram. A música que saía das colunas do pavilhão não era muito definida e tive muitas dificuldades em ouvir a voz, parecendo-me por vezes que o vocalista estava desfasado do resto da música (não sei se era desafinação ou se era mesmo uma questão de som). O facto de a maior parte das pessoas só conhecerem o álbum de estreia muito vagamente, também não os ajudou nada.

Depois de trocado o equipamento e montado o set da Rita RedShoes, foi a menina dos sapatos vermelhos que subiu ao palco para nos encantar com o seu universo Alice no País das Maravilhas, num tom consideravelmente diferente do que tínhamos acabado de assistir com a banda anterior. Para além de terem subido ao palco um par de canções mais introspectivas e delicadas, fiquei com a impressão que “agora” sim, naquele momento, tinha subido ao palco uma verdadeira artista. O salto qualitativo foi significativo, com a voz da Rita Redshoes a encher o palco de uma forma bastante mais consistente que os Peixe: Avião. Não só o som tinha melhorado, como efectivamente, Rita tem traços de algumas das melhores vozes femininas de sempre, e tem um bom espectáculo montado, quer em termos cénicos, quer performativos. Gostei bastante e fico com curiosidade para ouvir mais música com o selo Rita Redshoes. Espero que o álbum debutante “Golden Era” seja o primeiro de muitos.

Foi então que subiram ao palco os Deolinda, a grande revelação das rádios portuguesas de momento (ou pelo menos da Antena 3), que injectaram boa disposição aos espectadores que já iam manifestando algum “calor” e entusiasmo. Percorrendo alguns dos temas mais conhecidos do álbum de estreia (“Canção ao Lado”), a banda teve na vocalista, Ana Bacalhau, não só uma voz para cantar, como uma voz que juntou à componente musical um lado teatral que só fica bem ao conjunto – festivo e divertido. Atrás de mim alguém dizia “ganda maluca”, tal era a boa disposição.
E o publico queria, eles deram: “toda a gente fon fon fon” foi recebido de braços e peito aberto e percebeu-se que este fenómeno de raízes populares portuguesas recolhe simpatia junto dos portugueses. Resta saber até onde vai esta atenção…

A noite caminhava no sentido dos consagrados Clã e Xutos e Pontapés.

Há já muito que eu desejava ver os Clã ao vivo, porque ouvia maravilhas do colectivo da vocalista Manuela Azevedo, que entre os clássicos mais conhecidos, temas mais românticos e muito funk, exibem em palco uma postura muito rock. Grande Manuela Azevedo, grande banda, excelente espectáculo, grande componente cénica. Há ainda uma atitude de louvar: numa noite em que o publico estava estranhamente “morno”, os Clã partiram à conquista do Pavilhão Atlântico com claros apelos à participação de quem assistia na noite que se queria de festa.
De destacar também a “participação” de Paulo Furtado, sugerida pela máscara que Manuela Azevedo exibiu durante o tema “Tira a teima”, à imagem do que aconteceu na gravação do álbum em estúdio.

Por fim, lá subiram ao palco os Xutos, que geravam consenso: foram eles quem fizeram muita gente deslocar-se ao Parque das Nações e por esta altura já o Pavilhão Atlântico estava quase cheio – impressionante como o 2º balcão de repente encheu!
Já os vi tocar no Coliseu, portanto, já sei que são uma banda que funcionam muito bem ao vivo, e quase toda a gente gosta deles, reúnem grande simpatia em Portugal e isso viu-se e ouviu-se; a agitação era grande. Mas só fiquei para os primeiros quatro temas, porque ainda havia a viagem de volta a Mafra e já o relógio marcava a uma e tal da manhã.
No regresso, e em conversa, revelei o que me ia na alma depois de ver os Xutos outra vez e me fazia reflectir sobre a banda. Não consigo digerir muito bem o papel do Zé Pedro e do João Cabeleira na banda, porque o primeiro parece às vezes não estar a tocar – alguém se lembra de dizerem que o Sid Vicious (Sex Pistols) tocava com o baixo desligado nos concertos ao vivo?... – e o Cabeleira, se no início dos concertos me parece ter um som demoníaco de guitarra, torna-se insuportável ao fim de alguns temas, porque ele não pára de tocar, a música não respira e parece, a certas alturas, que está a tocar sozinho.

Em jeito de balanço: foi uma noite divertida, com boas prestações dos grupos que tocaram e há que dar os parabéns pela iniciativa – a cultura no nosso país, já se sabe, é cara, mas ainda há umas coisitas a que podemos assistir sem gastar muito dinheiro. Parabéns à Fnac, pelo décimo aniversário, e à música portuguesa, que passo a passo vai lançando projectos de interesse que não sejam só, com o devido respeito, o Rui Veloso e afins.
Por fim, salientar um aspecto fundamental para o sucesso da noite de concerto, que foi o DJ de serviço, cuja função era ocupar os períodos em que se trocavam os set com música e assim o fez – com muita qualidade, devo dizer. Assumiu até um protagonismo inesperado, com toda a gente a apreciar bastante a sua performance. Na última vez que o vi subir ao palco, antes dos Xutos, teve direito a uma grande ovação. Só lamento não ter percebido quem era, nem conseguir descobrir o seu nome na net. Farei diligências no sentido de o descobrir, em breve, espero.

The Sopranos

Bom, ontem não podia voltar a ver um filme manhoso, portanto, estivemos lá por casa a ver dois episódios da quinta temporada dos The Sopranos. Por acaso eram os dois últimos da caixa, o que fez com que não haja mais para ver. Não sei se é a melhor altura para me lembrar que é uma das melhores séries de televisão jamais feitas, com um rol de actores simplesmente fantásticos e com um enredo notável, que não limita a história a polícias e ladrões e consegue abordar o lado humano destes mafiosos, sem nunca cair na facilidade de os redimir. Não. Eles são maus e vivem de acordo com os seus interesses. Têm valores, mas não deixam de ser mafiosos.
Para mim, uma das melhores séries televisivas de sempre e já não há mais lá em casa para ver....

(P.S: parece-me que as fotos do concerto de sexta-feira passada, no Pavilhão Atlântico, estão com problemas e não estão visíveis. Espero resolver esse problema brevemente. Se entretanto, vêem as fotos, já resolvi, se não, será breve.)

segunda-feira, novembro 17, 2008

Conspiração

Começa a parecer conspiração esta sequência de maus filmes a que tenho assistido – eis um cliché, que serve bem para pegar no título do filme e dizer que, também este filme é de qualidade duvidosa.
Trata-se de um filme de acção que recai na velha história da vingança pessoal, condimentada pelos traumas de guerra que assolam um ex-fuzileiro, profundamente marcado pela guerra no Iraque. A história ainda se adensa em algum mistério, inicialmente, mas desemboca na clássica cena de tiroteio final, com os heróis a fugirem a um mar de balas a que sobrevivem sempre. Nem as referências à guerra do Iraque dão maior seriedade ao filme, que se revela vazio e desinteressante.

Sinopse (www.cinema2000.pt):
Um experiente fuzileiro das Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos é ferido durante combates no Iraque. Reformado da Marinha, vai visitar um amigo num rancho no Sudoeste. Quando chega, descobre que seu amigo desapareceu e que ninguém sequer admite tê-lo conhecido.

Título original: Conspiracy.
Realização: Adam Marcus.
Intérpretes: Val Kilmer, Gary Cole, Jennifer Esposito, Jay Jablonski, Greg Serano, Stacy Marie Warden.
Estados Unidos, 2008.

Bangkok Dangerous – O Perigo Espreita

Este fim de semana terminei mais um dos filmes que tinha para ver e penso que há muito pouco a dizer sobre este Bangkok Dangerous - O Perigo Espreita. O enredo é fraco, a história é supérflua e a prestação dos actores é muito má – com principal destaque para Nicolas Cage, que apresenta durante todo o filme um ar tristonho e infeliz, pouco condigno com o papel de assassino frio e cruel, que logo de início nos tentam “vender” (isto já para não falar no penteado absolutamente ridículo que o actor apresenta…).
Salva-se o final do filme, que dá um fim digno ao protagonista, embora mesmo isso seja mal conseguido do ponto de vista cinematográfico, com a cena final a acarretar um dramatismo excessivo e despropositado.
Um filme a evitar, sob pena de lamentarmos o dinheiro gasto no bilhete.
Sem mais, deixo a sinopse de uma página de Internet dedicada ao cinema (cinema-em-casa.blogs.sapo.pt):

A vida de um anónimo assassino dá uma reviravolta inesperada quando viaja para a Tailândia, para completar uma série de mortes para as quais for a contratado. Joe (Nicolas Cage), um assassino sem remorsos, está em Bangkok para executar quatro inimigos de um impiedoso chefe do crime, chamado Surat. Joe contrata Kong (Shahkrit Yamnarm), um pequeno ladrão das ruas, para o ajudar na missão, cobrindo algumas das suas acções e com a ideia de o matar também, quando o trabalho estiver acabado. Estranhamente, Joe, um último dos lobos solitários, vê-se em vez disso como mentor do rapaz, ao mesmo tempo que se deixa envolver num romance com a empregada de uma loja. À medida que se deixa seduzir pela embriagante beleza da cidade, Joe começa a questionar a sua existência solitária, baixando perigosamente a guarda... precisamente na altura em que Surat decide que chegou a hora de fazer algumas "limpezas".

Ano: 2008.
País: EUA.
Género: Thriller, Acção.
Realizador(es): Oxide Pang Chun, Danny Pang.
Intérpretes: Nicolas Cage, James With, Charlie Yeung.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Movimento Perpétuo Associativo

Penso que a esta altura, já toda a gente ouviu falar dos Deolinda, projecto português de música de raízes tradicionais portuguesas, que tem gozado muito sucesso nas rádios portuguesas e que recentemente esgotou a sala do Coliseu de Lisboa. Os Deolinda, ou A Deolinda, como gostam de ser chamados, têm na simplicidade a sua génese, sem nunca deixar de focar aspectos importantes da sociedade.
Quem me chamou à atenção para este tema, e mais concretamente para a letra, foi a minha cara metade, que me fez notar como é descrito o espírito “tuga” nesta cantiga - deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Convivem ao longo do texto duas vozes, numa dicotomia entre o fazer e o adiar.
Deixo a letra e recomendo que oiçam a música;

Movimento Perpétuo Associativo
Composição: Pedro da Silva Martins (Deolinda)




Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

Agora não, que é hora do almoço...
Agora não, que é hora do jantar...
Agora não, que eu acho que não posso...
Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos vencer!

Agora não, que me dói a barriga...
Agora não, dizem que vai chover...
Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, é esta a direcção!

Agora não, que falta um impresso...
Agora não, que o meu pai não quer...
Agora não, que há engarrafamentos...
Vão sem mim, que eu vou lá ter...

(O tema termina numa repetição em coro da última frase, repetido até à exaustão).

Concerto no Pavilhão Atlântico - 10 anos Fnac


“As lojas Fnac comemoram o seu décimo aniversário em Portugal.
A música portuguesa é a anfitriã da festa. Começa com a confirmação do projecto Peixe: Avião, segue com o fado suburbano de Deolinda, pega na “Golden Era” de Rita Redshoes, roda na “Cintura” dos Clã e estoira com o jeito “sempre a abrir” dos veteranos Xutos & Pontapés", pode-se ler na página http://programadefestas.wordpress.com/2008/11/08/concerto-10-anos-fnac-pavilhao-atlantico/, que dá conta da comemoração.
É hoje e eu vou lá estar, porque sou um dos sortudos que conseguiu levantar o bilhete (gratuito), a tempo.
Logo lá estarei, no Pavilhão Atlântico, para depois contar aqui como foi.

Babylon A.D

Dediquei-me há um par de dias atrás a ver o primeiro de alguns filmes que me emprestaram.
O primeiro que vi foi Babylon A.D., do realizador francês Mathieu Kassovitz, autor de filmes como “O Ódio” e “Assassino(s)”, “Os Crimes dos Rios Púrpura” e “Gothika”. Kassovitz participou também, como actor, em “O Fabuloso Destino de Amélie” e “Munique”.
Confesso que a expectativa não era muita.
Pegando um pouco na sinopse, a história gira em torno de Toorop (Vin Diesel), um personagem que sobreviveu a várias guerras “que devastaram o mundo desde o início do século XXI. A máfia que reina na Europa de Leste confia a este mercenário uma delicadíssima missão: acompanhar uma bela rapariga chamada Aurora, numa viagem da Rússia a Nova Iorque, e entregá-la a uma poderosa ordem religiosa. Toorop terá de proteger a jovem de todos os perigos, em conjunto com a tutora de Aurora, a Irmã Rebecca (Michelle Yeoh)”, descreve o jornal Público, na sua edição on-line.
Para além disto, pouco há a acrescentar, porque não passa daqui. O cenário “desenhado” é o de uma civilização em declínio, com todos os aspectos negativos da Humanidade (poluição, guerra, violência, crise financeira, etc, etc) a serem muito explorados. A prestação dos actores é má, com Vin Diesel no seu pior (no estilo porco, mau e feio) e com uns diálogos que em nada favorecem a história – é recorrente o cliché “não confio em ninguém e sou um solitário”.

Babylon A.D.
Título original: Babylon A.D.
De: Mathieu Kassovitz
Com: Vin Diesel, Mélanie Thierry, Michelle Yeoh
Género: FC, Thr
Classificação: M/12
EUA/FRA, 2008, Cores, 90 min.

Britney Spears (cont)

Depois de digerir os prémios europeus de música da MTV, os EMA (European Music Awards), decidi fazer alguma investigação sobre a menina Britney Spears, no sentido de perceber que álbum era este “Blackout”, que a levou a ser galardoada com dois prémios – o de Álbum do Ano e Artista do Ano.
Fui à Blitz on-line espreitar se alguém mais se tinha manifestado, em favor ou desfavor deste “renascimento artístico”, e em baixo passo algumas transcrições que revelam as opiniões presentes num dos fóruns da revista on-line, lançada que é a questão, através de um artigo da Blitz – dei-me a liberdade de seleccionar e editar todos os textos, sem no entanto alterar o sentido dos mesmos. Trata-se apenas de uma amostra; várias opiniões.


O renascimento de Britney Spears – verdadeiro ou fabricado?
Um ano e três troféus depois, a cantora sai em estado de graça dos prémios da MTV [os prémios a que se refere o artigo não são os EMA. São “prémios vídeo”]. Como quem apaga de vez as más memórias, ganhou as três categorias para que estava nomeada – Melhor Vídeo Feminino, Melhor Vídeo Pop e Vídeo do Ano – todas por “Piece Of Me”. Será pelo que reza a afortunada música? (…) Como elencou (…) o jornal The Independent , “83 milhões de discos vendidos, dois casamentos, dois divórcios, dois filhos, perdida a batalha de custódia destes, repetidos exames psicológicos, dezenas de milhares de paparazzi, uma capa de revista em que aparece nua e várias recaídas mediáticas depois”, a carreira da menina bonita da MTV parecia ter acabado.
Mas em escassos meses, Britney fez reabilitação numa clínica, anunciou um novo álbum e, pela primeira vez e apenas numa noite, em 10 anos de carreira e 16 nomeações, conseguiu finalmente levar três dos cobiçados troféus da MTV para casa. Que pensam os leitores da BLITZ desta reabilitação pública?

Aconteceu a Britney, mas é algo que é comum a muitos dos músicos: hoje estão na mó de cima, amanhã na mó de baixo, depois de amanhã voltaram à ribalta.E há muito senhor músico a quem também aconteceu isso: Johnny Cash não esteve uns anos “esquecido”? Bob Dylan também não teve aí uns anos um pouco mais em baixo? A verdade é que hoje os media precisam de criar notícia. No início, Spears era notícia porque era a nova menina bonita do pop, a sucessora de Madonna, a “next best thing”.
Depois, por uma razão ou por outra, começou o “declínio”. Mas até que ponto é que o próprio declínio não foi fabricado (ou empolado) pelos média? Será que coisas que dantes eram “cool” agora eram sinais de degredo?
Acho que acima de tudo, existe um grande empolamento da comunicação social neste tipo de casos. Cria hypes, destrói-os, renasce-os.A nós, leitores e melómanos, cabe-nos ter discernimento de distinguir o principal do acessório e de perceber que nem tudo o que parece é...Enquanto mantivermos o espírito crítico e a mente aberta, estas manipulações têm menos efeito e pode ser que a música se sobrepunha aos fait-divers.
(…)Se ela está realmente recuperada ou não, isso não sei. A falta de notícias escabrosas tanto podem dever-se a ela ter finalmente passado a usar cuecas e passar a guiar os carros com alta voz e sem os filhos ao colo, como pelos PR terem pago aos tablóides para deixarem de comprar fotos comprometedoras dela (os papparazzi são todos free lancers, se não comprarem as fotos dela escolher alvos mais rentáveis) com a promessa de se a deixarem em paz vão ter uma Britney de novo em forma... para poderem destruir de novo daqui a uns anos.(…)
Existe alguma coisa verdadeira na MTV? Pensei que fosse tudo de plástico.
(…)Acho que sim. Afinal de contas, ela tem tudo para ser uma enorme artista e uma “entertainer” memorável. Apenas tem a vida num oito, mas pelos vistos, mostrou - se recuperada de tudo o que passou.
(…)
Acho que sim. Não gosto da música dela, mas respeito a carreira, e isso é mesmo de louvar. Agora que se mantenha no caminho certo.
(…)
Não estão a fazer mais do que a obrigação deles. Foram os media (e a MTV tem uma quota na culpa) que pegaram na menina do Louisiana do Disney Club e que quiseram fabricar um fenómeno. Acho que, aos 16 anos, quando assinou o “pacto com o Diabo”, a Britney não devia ter a mínima noção do quão maquiavélicos são os media e do quão destrutiva a fama pode ser - ainda por cima para um produto fabricado.
Por isso, já que souberam pô-la no topo e já que souberam arrasá-la com ela por completo numa fase pessoal bastante má, agora só têm a obrigação de ajudá-la a apanhar os cacos e a ajudá-la a reconstruir e a prosseguir com a carreira com aquilo que eles trabalham... a imagem perante a esfera pública.
(…)
Ela não é nenhuma Fénix. A única coisa que renasceu nela foi o cabelo. Ainda assim, com muitas extensões (fabricadas) à mistura. Tudo o resto é fabricado pela “máquina” que está atrás de qualquer artista. Neste caso a máquina MTV deu uma grande ajuda, tem o poder de colocar no topo artistas medianos, ou simplesmente ignorar outros de qualidade comprovada.(…)
Penso que.... parte da indústria musical se dedica a criar intrigas de forma a entreter donas de casa, reformados e adolescentes, para não criarem distúrbios na via pública nem se porem a especular demasiado sobre política porque isso ia dar problemas. Em ultimo caso um golpe de estado. Tanques na rua. Gente fardada. Tudo porque já não há Britney nas revistas. Não, não podemos deixar que isso aconteça. Há que entreter a população para que não se preocupem com coisas importantes!A ideia não é minha, foi tirada do livro do Manuel João Vieira :)
(…)
Eu continuo a dizer que a blitz já esta a exagerar um bocadinho... Não faltará muito para que a Blitz mande um paparazzi atrás dela para juntar aos muitos que já andam... Não há noticias mais interessantes sobre o Rage against the machine, ou Elvis, ou Marilyn Moroe, ou Muse, ou Radiohead (…).(…)Antes de perguntarem se o “Renascimento” foi ou não fabricado, perguntem - Existe alguma coisa na carreira dela (e da maioria de artistas mais comerciais) que não tenha sido fabricado? Quem prestar a mínima atenção a história da Britney sabe que ela foi muito “incentivada” pelos pais a procurar uma carreira artística... Tudo o que fez foi extremamente planeado, nada ocorreu por acaso. Isso para mim é uma carreira “fabricada”, na medida que nada aconteceu de forma natural.
Atenção que isto não é uma critica à Britney, fui muito fã dela e respeito-a como respeito qualquer outro artista, por isso é que não me parece justo andarem a falar de suposto renascimento fabricado quando tudo o resto é.
(…)
(…) Vamos ser adultozinhos e avaliar seriamente. É claro que os prémios MTV sempre se adequaram à vontade das pessoas.
(…)Penso que isto é um bocado fachada! O facto de ela estar a passar uma fase melhor não quer dizer que esteja realmente bem e curada! Mas se realmente estiver nós só temos que ficar felizes porque uma cantora como ela é um património mundial! Fora de brincadeiras ela é realmente uma boa cantora e pode ensinar a muita gente o que é realmente cantar e dominar o palco e o público! Passou por grandes momentos de glória, que nós esperemos que não acabem! Para acabar tenho que dizer que o facto de aparecer nua numa capa de revista não a favoreceu nada em matéria da custódia dos filhos. Se para muitos ( homens) ela subiu uns pontinhos, para muitos e muitas também ela desceu tornando-se a menina desavergonhada!
(…)
Entretanto, enquanto fiz algumas pesquisas sobre a (agora menos) polémica cantora, li que já foi anunciado na passada sexta-feira, no sítio oficial da Internet, a capa e os títulos dos temas do novo álbum. O novo trabalho chama-se “Circus” e tem data prevista para chegar às lojas a dois de Dezembro deste ano - mesmo a tempo de aproveitar o sucesso que Britney Spears teve nos EMA, durante a época que se avizinha, o Natal.
A primeira música de “Circus”, intitulada “Womanizer”, já atingiu os tops americanos e “assinala o regresso da artista às lides musicais”, destaca o Disco Digital.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Finalmente a Band from TV vai lançar um álbum!

Não sei se recordam de há uns tempos terem surgido notícias sobre uma banda formada por vedetas da televisão, entre as quais figura o médico mais conhecido da TV, o Dr. House. Para aqueles que desejavam ver editado em CD as músicas que a improvável banda tem interpretado, eis agora a oportunidade de escutar um concerto que ocorreu no ano passado, onde são interpretados temas como “Piece of my heart”, “Mustang Sally” e “The letter”. A edição foi já lançada em CD/DVD, mas pelo que tenho pesquisado, o CD ainda não foi comercializado em Portugal. Descobri a notícia nalgumas edições on-line de jornais brasileiros, que davam conta do trabalho em áudio e vídeo, que já estará à venda no Reino Unido. Na Fnac on-line, não há informação sobre o CD, mas pretendo ainda perguntar numa loja, para saber se já estará encomendado – em terras de Sua Majestade, já está à venda há coisa de um mês.
Uma das particularidades desta banda é que reverte todos os lucros das actuações e vendas para instituições de caridade.
O grupo é formado por Hugh Laurie (House), James Denton (Desperate housewife), Greg Grunberg (Heroes), Bob Guiney (reality show "The Bachelor") e Bonnie Somerville (Nova York Contra o Crime).
O álbum tem o título “Hoggin´All the Covers” e o seguinte alinhamento:

“Piece of My Heart”
“You Really Got Me”
“Will It Go Round in Circles”
“Feelin' Alright”
“Pink Cadillac”
“Lean on Me”
“Hard to Handle”
“Mustang Sally”
“The Letter”
“Viva Las Vegas”
“Goodnight Irene”
“Papa Loves Mama”
“Shake a Tail Feather”

quarta-feira, novembro 12, 2008

Em Bruges, crime e comédia

Ontem fui tirar a barriga de misérias no que toca ao cinema e fui ver o filme “Em Bruges”, do realizador Martin McDonagh.
Ia preparado para ver uma daquelas comédias do tipo Britcom, carregadas de non-sense e personagens realmente parvas. Mas, embora seja, efectivamente, uma comédia, não deixa de ser uma comédia inesperada. Inesperada porque não obedece aos ritmos a que estamos habituados e sobretudo porque funde tragédia e tristeza num caldeirão que acaba por transbordar em humor. As emoções a que o espectador fica sujeito, positivas ou negativas, são elevadas ao extremo e é essa a beleza do filme - do humor à tragédia, num universo muito distante de séries como Little Britain.
Passando um breve olhar pela sinopse:
“Em Bruges”, decorre na cidade belga presente no título, a mais bem preservada cidade medieval em todo o país. Os atiradores profissionais Ray (Colin Farrell) e Ken (Brendan Gleeson), depois de um “trabalho” difícil, são para lá enviados, seguindo ordens de Harry (Ralph Fiennes), o seu chefe londrino. Completamente deslocados no meio da arquitectura gótica, canais e calçadas, os dois homens limitam-se a ver os dias decorrer, como simples turistas. Se Ray odeia o local, Ken encontra paz de espírito na beleza e serenidade da cidade. Enquanto aguardam a chamada de Harry, a experiência torna-se mais surrealista, envolvendo-se ambos em estranhos encontros com a população local, turistas, arte medieval violenta, anões e prostitutas holandesas.
Quanto aos actores, é claro que o destaque vai para a dupla que acompanhamos durante toda a história, mas a verdade é que todos representam personagens muito bem conseguidos, mesmo os que têm menor protagonismo.

2008
Estreia nacional: 30 de Outubro.
País: Reino Unido, Bélgica.
Género: Comédia, Crime.
Realização: Martin McDonagh
Intérpretes: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Ralph Fiennes.

terça-feira, novembro 11, 2008

Errata

No post anterior escrevi que foram três os prémios que ganhou Britney Spears, nos MTV EMA (European Music Awards), quando, na verdade, a cantora pop ganhou “apenas” dois – o de Melhor Álbum e Melhor Artista do ano.
Muito se discute a qualidade da informação que se encontra nos blogues e, a verdade, é que um blog não é um meio de informação. Ou pelo menos não pretende ser. Mas pode ser, ainda que dentro de um modelo muito específico.
De qualquer forma, o meu objectivo era manifestar um ponto de vista, mas dentro daquilo que é a realidade e verdade, sem deturpar ou limitar-me a dizer por dizer, criticar por criticar.
Assim, há que atentar a informação e confirmar, citar fontes, não levantar falsos testemunhos ou informações falsas. Não. A fantasia e imaginação, essas deixo para os textos de ficção, que também aqui publico, de quando em quando.

sexta-feira, novembro 07, 2008

MTV -Europe Music Awards


Ontem lá entregaram os Europe Music Awards, da MTV. Não assisti à cerimónia, nem tão pouco a acompanhei. No entanto, hoje de manhã tive a preocupação de saber quem tinham sido os galardoados. Não contava ter surpresas com as nomeações, porque por norma sabemos que os nomes que mais ouvimos nas rádios são os potenciais candidatos e que apenas um, por categoria, pode ser vencedor. Até aqui tudo bem.
Os Tokio Hotel, os 30 Seconds to Mars, a miúda que beija miúdas (Katy Perry) e até Barack Obama ficaram associados à entrega dos prémios, através de referências mais ou menos discretas - Jared Lito levava uma t-shirt com a figura do novo presidente norte-americano. Agora, o nome que me deixou confuso (nem me sinto indignado, mesmo só confuso) é o de Britney Spears. Como é que ela limpa três prémios, para mais quando tinha Duffy e Coldplay como concorrentes directos. Embora eu faça algum zapping através das rádios, de um modo geral, costumo ouvir a Antena 3. Também leio algumas publicações de música e vou-me informando pela Internet sobre o se vai passando nos meandros do meio musical. Estou, portanto, relativamente bem informado. Mas não estava a par do hype em torno da Britney – e a verdade é que a pop, a MTV e os prémios musicais, por norma, vivem do hype que rodeia um artista.
De resto, nada de anormal. O galardão para Melhor Banda ao Vivo foi parar às mãos dos Tokio Hotel, os 30 Seconds To Mars ganharam nas categorias de Melhor Actuação Rock e Melhor Vídeo (com o teledisco de “A Beautiful Lie”), o troféu de Revelação do Ano foi para Katy Perry, Kanye West levou a melhor sob a concorrência e conquistou o prémio para Melhor Actuação R&B ou Hip-Hop e o prémio Ultimate Legend foi entregue a Paul McCartney, precisamente na cidade que viu nascer os Beatles, Liverpool.
Quanto aos “nossos” Buraka Som Sistema, ficaram de fora da corrida para Melhor Artista Europeu. O mesmo é dizer que perderam o prémio para turco Emre Aydin.
Para o ano há mais e, até lá, vou tentar perceber onde raio tem andado a Britney Spears, ou pelo menos onde ando eu com a cabeça, que não me apercebi da recuperação da moçoila - ups, I did it again...

quarta-feira, novembro 05, 2008

Super-Obama


A todos os distraídos: os Estados Unidos de America têm um novo presidente. É verdade. Podemos despedirmo-nos do sr. Bush, que já não nos vai mais atormentar na presidência norte-americana. Podemos, também, felicitar o sr. Obama, homem de carisma, assim o descrevem, que vem para inverter o estado das coisas. Só espero que a capa que lhe colocaram nas costas, aquela do seu fato de super-heroi, não fique entalada numa qualquer porta, ficando o fato para trás, bem como as espectativas que o acompanham.
Sr. Obama, parabéns e... juízo.

Um pequeno passo para o Homem...

Final da escadaria. A sombra do espaço fechado cerca a minha sombra até que esta desaparece. Vou caminhando, ritmo acelerado, para apanhar o comboio.
Escada rolante e eu navegante, em andamento, a pensar e… nada. O vazio do quotidiano a deambular por lugar nenhum.
Dentro do comboio, dentro do chão, na linha vermelha do Metro, calor e suor. As janelas só vêem o escuro e por isso os olhares cruzam-se, tímidos, à procura de um ponto discreto, sem significado, para olhar.
Alameda. Correria desenfreada para mudar de linha. Atropelos, cavalgadas escada acima. Deixos-os passar. Ignoro a pressa… – mentira. Também já fiz o mesmo, mas perdeu significado. Agora desvalorizo.
De novo o comboio. Linha verde. Rumo ao Campo Grande. Calor. Suor. Atrás, a mãe e o filho, que não se quer segurar e vai girando, numa dança que desafia as leis e o juízo.

Uma coisa de que gosto nos transportes públicos, é a riqueza de histórias e momentos, conversas, que registo com espírito jornalístico. Não porque faz falta ou serve o blog. Não. Faço-o pelo prazer de escrever estas histórias na minha cabeça. O blog é um veículo…. Mas dizia eu: os transportes públicos são um óptimo espaço para recolher apontamentos desta novela pitoresca, destes retratos do quotidiano – janela para momentos de que vive um contador de estórias.

De volta à mãe e ao filho, entre estações…
– “Mãe, o que quer dizer Um pequeno passo para o Homem, um grande passo para a Humanidade?” – pergunta o petiz.
– “Foi quando o Homem foi à lua. Quer dizer que uma coisa boa para o Homem, é boa para todos” – explicou a mãe.
– “E como é que é bom para todos o Homem ter ido à lua?” – atirou a criança… Claro que a progenitora não soube responder. Obviamente. Nem eu sei. A verdade é que a imagem de desenvolvimento surge-nos como a resposta para todos os problemas, quer seja sob a forma de um novo sistema de comunicação, quer seja sob o aparecimento de um novo planeta no sistema solar. Este desenvolvimento parece sempre a salvação da Humanidade. Provavelmente isto está muito próximo do que chamam cientivísmo. Esta crença na ciência.
Mas continuando na lua… Há esta questão da veracidade da viagem do Homem à lua. Os EUA terão, alegadamente (é da praxe…), colocado dois astronautas lá no satélite e isso é bastante impressionante. Sobretudo numa altura em que a Guerra Fria andava cada vez mais quente, com os serviços sercretos e agentes de espionagem a não ter mãos para tanto “serviço”. Na competição entre a ex-USSR e os Estados Unidos, pelo desenvolvimento ciêntífico e influência mundial, os Estados Undos demarcaram-se claramente com o, considerado, feito do século… Bom, é óbvio que não estou a recusar acreditar que a mais longa viagem já mais feita pelo Homem seja verdade, mas confesso que me suscita algumas reservas. Não tanto por aqueles aspectos técnicos, da bandeira e não sei quê não sei que mais. Não. O que mais me perturba é a perfeição do momento. Um homem, na lua, coloca a bandeira norte-americana, em directo e, num improviso duvidoso, afirma tratar-se de Um pequeno passo para o Homem, um grande passo para a Humanidade. A perfeição e orgulho patriótico, que mesmo os não-americanos sentiram, de certeza, fazem-me lembrar um daqueles filmes (de onde?...) em que os bons (esses que estão a pensar….) ganham sempre. Percebem?

It´s the good old American way!

terça-feira, novembro 04, 2008

Obrigado, Fernando Ribeiro (Moonspell)

Tenho o hábito mensal de comprar a Blitz, a Loud! e a Arte Sonora, três publicações sobre música - as únicas que encontro nas bancas em português (ando a prometer-me saber de algumas fanzines que ainda vão aparecendo por aí). Entre os vários motivos de interesse que encontro nestas revistas, está o The Eternal Spectator, uma coluna de opinião que tem espaço na Loud!, da autoria do Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, escritor, etc, etc.
Só que no mês passado, enquanto folheava a Loud!, deparei-me com a ausência da coluna. Após melhor pesquisa, li a nota de roda-pé que explicava o caso. Assim sendo: o Fernando Ribeiro, para além de ter gozado um período de férias, encontra-se neste momento em digressão com os (seus) Moonspell, na Blackest of the Black Tour, juntamente com Skeletonwitch, Dimmu Borgir, Winds of Plague e Danzing, que encabeça a tournê. A acrescentar, enquanto ouvia as Manhãs da Antena 3, ouvi um diário que o vocalista da banda portuguesa apresenta, com motivos de reportagem e com entrevistas a elementos da banda, músicos de outras bandas, ao chefe da equipa de segurança e a fãs.
E porquê tudo isto? Onde é que quero chegar? O que eu quero registar no meu blog é que "desculpo" o Fernando Ribeiro pelo facto de eu não lêr a crónica na Loud! há dois meses, porque prefiro vê-lo, como bom profissional que é, a desenvolver trabalho de relevância e interesse - quanto mais não seja, para puder depois desfrutar as histórias que eu (sei que) vou lêr na revista.
Gostava que o Fernando Ribeiro visse este blog, para eu puder dizer "obrigado Fernando. Obrigado por teres iniciativa. Por fazeres e arriscares, por acreditares no trabalho que desenvolves. Obrigado por animares as minhas manhãs (ainda que seja só agora), ao descreveres o périplo da banda portuguesa mais internacional de sempre pelos EUA. Obrigado pelas histórias que contas no Eternal Spectator e por ajudares a colocar o nome do nosso país lá fora. Obrigado".