domingo, abril 11, 2010

Omiri, 5 de Abril, Fnac do Chiado

Envolveu alguma espera aparecer na Fnac do Chiado no dia 5, para aquilo que costumam ser pequenos concertos - até gosto mais de falar em "apresentações".

Omiri é um projecto sem rede, porque junta a música "analógica" (vamos ver se este termo pega, que não sei se existe...) com a música digital, com o uso das novas tecnologias.

Partindo das raízes tradicionais da música portuguesa, Vasco Ribeiro Casais (também envolvido nos Dazkarieh) faz um interessante jogo e cruzamento de tendências e sonoridades, nomeadamente as já referidas raízes da cultura portuguesa mais a norte, mas também com a energia rock, às vezes quase "metálica" e a estética electrónica. Um caldeirão que, lá está, ferve bem alto e sem rede, sendo esta componente digital explorada o mais possível em "live act" - nada de sequências pré-gravadas e "disparadas" em palco. Portanto, usando um pedal para gravar e lançar "loops", sequências instrumentais, foi tudo gravado à frente do público. Bom, salvo, claro está, a base rítmica, trabalho quase de laboratório da música electrónica.

Uso de instrumentos tradicionais, algo transformados e processados digitalmente, e projecção de vídeo, trabalho do outro membro do duo, Tiago Pereira (responsável pelo Vídeo-jocking, conceito cuja projecção e preponderância desconheço no panorama actual).

A espera, dizia eu no início, é que tal era a parafernália electrónica que era quase impossível que tudo funcionasse em tão curto espaço de tempo. Era impossível montar tudo e acertar à primeira - muito pedal, muito cabo espalhado naquele chão...

Mas verdade seja dita, que na primeira vez que arrancaram com a actuação tiveram o contratempo de falhar o som de um instrumento e resolveram mesmo parar a apresentação e recomeçar tudo e foram aplaudidos, sinal de uma compreensão por parte do público presente, que já tinha aguardado bastante. Mesmo tendo em conta que era gratuito, foi simpático ver a boa vontade de quem lá estava.

E bem que valeu a pena esperar.

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