O ponto forte de Eça de Queirós são as suas descrições riquíssimas, envolventes. Mas também a sua habilidade para a construção de personagens e a crítica mordaz, ironia e sarcasmo.
Sem enredo que se veja, "Adão e Eva no paraíso" parece um exercício de escrita, como se Eça procurasse desenvolver a sua estética descritiva.
Nem alusão à bíblia, nem sátira a Darwin, história quase infantil que acompanha Adão e Eva a descobrirem a natureza.
Num segundo capítulo, nova história. Título: "A Perfeição".
Ulisses longe da sua Ítaca, preso numa ilha de "perfeição". O mesmo registo da história anterior, mas mais enquadrado com a mitologia grega e um leve pendor filosófico, na medida em que Ulisses se recusa a viver em perfeição, num paraíso, sentido o apelo da fraqueza humana, do feio, do triste, do mau, como que apelando à noção do Ying/yang, a noção de que sem mal não há bem.
quinta-feira, abril 29, 2010
"Adão e Eva no Paraíso", Eça de Queirós
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