domingo, fevereiro 07, 2010

Arctic Monkeys no Campo Pequeno, parte II

Boa noite de música, no Campo Pequeno, numa noite que se fez muito chuvosa.

A minha expectativa era grande, até porque nunca tinha estado no Campo Pequeno para assistir a espectáculos e confesso que era daqueles que ainda não conhecia bem o último trabalho da banda inglesa. Só dias antes andei furiosamente a tentar apreender todas as notas e palavras que estão em disco, para melhor gozar o concerto. A verdade é que saí do concerto ainda mais entusiasmado com o novo álbum e tenho consumido avidamente este disco gravado no deserto e com boa e forte influência de Josh Homme, dos Queens of The Stone Age.

Foi por trás de uma enorme cortina vermelha que a banda arrancou para uma grande actuação, para gáudio de uma plateia entusiasmada com a possibilidade de voltar a ouvir novamente alguns dos temas mais conhecidos dos ingleses e ver como funcionaria o novo álbum ao vivo - as ambiências mais negras não jogavam bem com a imagem que, pelo menos eu, tinha do grupo ao vivo. Mas tudo funcionou na perfeição.

Com Hambug na ponta da língua

Como se esperava, ou calculava, foi com o novo álbum na bagagem que se deslocaram ao nosso país e, portanto, foram sobretudo os novos temas, como "Crying and lightning" e "My Propeller", que mais figuraram no alinhamento do concerto.

No entanto, não deixaram de apresentar alguns dos temas clássicos do primeiro e segundo álbuns, como "When the Sun Goes Down" ou "I Bet You Look Good on the Dancefloor", dos mais aplaudidos e dançados (porque esta banda faz rock para dançar).

Houve ainda tempo para uma versão de um tema de Nick Cave, "Red Right Hand".

Fecharam a actuação com "Secret Door" e confettis, mas voltaram para o encore com mais dois temas, para brindar um muito fiel público, que muito antes da hora prevista para a abertura das portas, já rodeava o recinto e se fazia ouvir.

O antes...

A noite era de chuva e cheguei muito cedo ao Campo Pequeno, até porque achei que pelo preço pago, tinha direito a gozar tudo o que a noite proporcionasse. Incluindo a concentração em redor da sala, a abertura de portas, a entrada dos fãs, o compor das bancadas e a banda de abertura.

Fumei vagarosamente cigarro atrás de cigarro, enquanto apreciava junto às grades a agitação de quem queria entrar antes de toda a gente e garantir um lugar bem próximo do palco. Porque ia ver o concerto num camarote e não havia fila para entrar, aguardei até à última para subir e fiquei a observar as movimentações na porta principal.

No momento em que abriram as portas, instalou-se a loucura (ponderada), porque havia resistência à entrada, proibidas que estavam de entrar garrafas de água e máquinas de fotografar.

Na ânsia de entrar, a correr, como se competissem numa maratona, vi pessoas serem agarradas por seguranças que tentavam impedir as correrias e vi uma rapariga cair estatelada no chão, tal a força com que arrancou em direcção à porta.

Uma banda pouco misteriosa
Foram os também ingleses Mystery Jets que abriram a noite para os Monkeys. Se inicialmente os imaginei ilustres desconhecidos, foi através do tema "Two doors down" que me apercebi que tenho-os ouvido várias vezes na rádio.
Têm uma sonoridade ligeira, muito radio friendly, que proporciona murmúrios vários, no autocarro, no duche, na fila do hiper-mercado, pegadissas que são as suas músicas, mas estão longe de ser uma daquelas bandas que nos marcam para sempre.
Em todo o caso, ajudaram à festa e a criar um bom ambiente antes de nos atirarmos de corpo e alma à música dos Arctic Monkeys.

Alinhamento dos Monkeys:
1. Dance Little Liar
2. Brianstorm
3. This House Is A Circus
4. Still Take You Home
5. Potion Approaching
6. Red Right Hand (Nick Cave cover)
7. My Propeller
8. Crying Lightning
9. Catapult
10. The View From The Afternoon
11. I Bet You Look Good On The Dancefloor
12. Fluorescent Adolescent / Only You Know (Dion cover)
13. If You Were There, Beware
14. Pretty Visitors
15. Do Me A Favour
16. When The Sun Goes Down
17. Secret Door
Encore
18. Cornerstone
19. 505.

1 comentários:

Unknown disse...

FOI BOMBÁSTICO