Não que alguma vez tenha pensado numa cor a atribuir às
mentiras, mas branco nunca seria a minha opção - estes são os White Lies, banda
cujo nome conheço apenas de referências em publicações nacionais e nas rádios
portuguesas.
No entanto, em termos de sonoridade não fazia (e continuo a
não fazer, na verdade) ideia de qual a sua direcção musical.
Ouvindo este tema e a sua interpretação, estamos perante aquilo a que amiúde se
identifica como o rock anos 2000, muito inclinado para o indie rock, cuja
designação se prendia inicialmente com a sua “ind(i)e(pendência)”, que tenha
estado talvez relacionado com a vertente mais alternativa, mas que nos dias de
hoje não significa independência nem sonoridade alternativa – antes com uma
estética muito própria, que consegue conjugar vários aspectos diferentes numa
só banda, um caldeirão de influências que vão do revivalismo à exploração das
novas orientações artísticas. Confusos? Imaginem artistas influenciados por
todas as últimas bandas icónicas dos últimos 30 a 40 anos e dêem-lhes uma
estética cool de baixa lisboeta = indie rock anos 2000.
O comentário pode soar vagamente preconceituoso, mas na
verdade parece-me que esta vertente artística veio baralhar o jogo e os
jogadores de uma forma muito positiva, trazendo as sonoridades alternativas
para junto da pop, o rock para junto da folk, a electrónica para junto dos
instrumentos acústicos e criou-se uma panóplia de possibilidades e novas
oportunidades de todos sermos quem quisermos neste mundo louco.
Nunca a
expressão artística foi tão livre e rica, mesmo que se refira os loucos anos 60,
o rock sinfónico, o psicadelismo rock ou David Bowie perdido em Berlim.
Não necessariamente por vivermos na era da comunicação ou do
livre acesso à informação e todas as facilidades que conhecemos, mas porque
nunca houve tanta variedade de estilos e cruzamentos nas mais felizes ou
infelizes somas e resultados...mas e se os White Lies e este tema são bons? Se
gosto? Gosto do baixo seco e da bateria anos 80 (mas desligada da corrente), da
voz que faz ecoar palavras de ordem saídas de uma britpop avariada (The Cure?),
o sintetizador evangelizante e uma guitarra indie que remata este som, que não
fazendo dele canção da minha vida, me acrescenta qualquer coisa que não tinha
antes de o pôr a tocar.
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