terça-feira, setembro 06, 2011

Adele - "Rolling in The Deep" - Later with Jools Holland


“We could have had it all” canta Adele a plenos pulmões, quem sabe palavras dedicadas a outra cantora que soube gerir menos bem a exposição mediática que esta tendência para as cantoras de pop com laivos jazz teve.



A canção não é de agora, por isso não estará relacionado, mas é a minha forma de fazer a ponte e ir a bem antes disso – Diana Krall, Norah Jones (mais pop que a pianista/cantora loira), Joss Stone... bonitas, discretas, boas compositoras e intérpretes, casos de sucesso numa fórmula de pop misturada com traços do jazz cantado por vozes femininas, como Billie Holliday ou Nathalie Cole.

Associado a este sucesso, surge Amy Winehouse, mas a um nível diferente. As editoras procuram sempre réplicas de sucesso comercial e Amy fez parte de um natural processo de oferta e procura que rege os mercados, estejamos a falar de música ou latas de atum (e que bom é comparar arte a latas de atum).

Mas Adele é tudo menos peixe enlatado. Adele é pescado fresco e a sua frescura provém da sua voz, que canta a plenos pulmões um refrão repetido à exaustão (como qualquer boa canção pop...), mas que nos faz querer gritar também e nos põe a pensar em tudo o que nos envolvemos e não cumprimos, tudo o que ficou para trás, bem ou mal terminado.

É um tema simples, mas que vive muito de uma dinâmica muito marcada pelo “riff” de guitarra inicial e que vai acompanhando o tema, mas ganha a dimensão que é fácil reconhecer com a voz potente de Adele, possívelmente a voz que Deus escolheria para comunicar boas ou más novas à humanidade num belo domingo de manhã, antes da missa.

É fácil gostar de Adele, é fácil gostar do tema. Difícil é acompanhar a voz da inglesa nos refrões todos do início ao final da música – acreditem, já tentei.

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