"Esta é a história de Walter Black, um indivíduo irremediavelmente deprimido" - é assim que nos é apresentada a história de um homem que encontra uma insólita maneira de comunicar com o mundo - através de um castor-fantoche.
Este filme conta-nos de forma curiosamente divertida (não confundir divertida com "apalhaçada") a história de um homem cuja depressão e estado de alheamento afectam tudo à sua volta, desde o seu filho mais velho, que vê em si um caso perdido, ao seu outro filho, que não identifica a figura paternal, à sua esposa, que sente que perdeu o homem que amava.
No entanto, Walter é salvo pela parte de si que ainda quer viver e que quer criar laços com aqueles que, no fundo, ama. Essa parte é o castor, que assume o comando da sua vida, alcançando a harmonia familiar, bem como o sucesso profissional.
Mas o castor vem também mostrar a Walter que só o seu todo pode tomar o controlo da sua vida.
Não se trata de um filme memorável, mas é um excelente exercício sobre as dificuldades de comunicação que as pessoas encontram no seu dia-a-dia, nomeadamente junto das pessoas que as rodeiam no ambiente familiar. É também um exercício sobre o alheamento que surge na vida das pessoas e que cria distâncias difíceis de recuperar. Mas também trata da capacidade que todos temos dentro de nós de viver, porque esse é o nosso principal instinto.
Uma história bem contada que tem alguns momentos mais divertidos (apanhei uma sessão da meia-noite, estávamos 5 pessoas a assistir ao filme e apenas dois rimos de algumas cenas...) e que tem em Mel Gibson uma boa interpretação do seu personagem, conseguindo fazer coexistir as suas duas "vozes" de forma bastante credível.
O ponto mais forte, é a ausência de "pós-mágicos" para dar vida ao castor, sem lembrar nenhum clássico tipo Walt Disney, com Michael J. Fox a dar voz à marioneta.
No mínimo, interessante.
(fotografia - Google imagens/ trailer - Youtube)
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