domingo, julho 22, 2012

Drop Da Bop - Ericeira, 21 Julho

Ultimamente tenho referido com alguma insatisfação que já lá ia o tempo em que assistia a concertos interessantes na zona de Mafra e arredores. Enquanto morador desta zona, aborrecia-me não ver repetir períodos em que assisti a boa música por aqui.

Ontem, deparei-me com um folheto que anuncia uma série de actuações a decorrer na Ericeira, quase todos os dias, de Julho a Setembro.

Portanto, fico satisfeito por saber que há coisas a acontecer aqui, com qualidade e diversidade e fico mesmo satisfeito por sentir que estava enganado.

Drop Da Bop

O nome não me dizia nada. São anunciados no folheto como uma banda rock, mas logo pelo nome desconfiei que as suas tendências fossem outras. Depois de uma rápida visita à net, para saber ao que ia, constatei tratar-se de uma banda com um pé e meio no jazz, meio pé na pop (o seu jazz é de fácil digestão) e o restante no funk.


DROP DA BOP COOLLECTIVECerca das 22h (hora a que vão decorrer todos estes espectáculos), lá estava eu, pronto para me deixar levar pela música.


No geral o som da banda é muito agradável. Inicialmente o som da guitarra e trompete misturavam-se um bocado, mas depois de alguns acertos, o som cristalino da guitarra destacou-se do som mais áspero do trompete, tornando o casamento bastante agradável, já que a composição exigia uma ligação virtuosa, sem que ambos os instrumentos se atropelassem.

Ainda no capítulo da guitarra; gostei do trabalho de composição, a suavidade com que os solos se entrelaçavam, cadências transpostas a cada escala. Desagradou as tentativas de aumentar a velocidade, já que algumas notas eram "marteladas" e pelo primeiro tema notei alguns tiros ao lado, notas fora de tom. Não confundir com juízo de valor, considerei a "guitarra" bastante capaz e competente, mas as transições rápidas soavam pouco suaves. Também no trompete notei um ou dois deslizes, mas também verifiquei muita qualidade. Bonito o "eco", as notas sussurradas, as brincadeiras com o [pedal de efeitos] Wah-Wah (não é comum ver usar tal efeito num instrumento de sopro).

A bateria esteve sempre muito bem, uma ou outra passagem em falso, mas muito bom o balanço com que era tocada, sobretudo num volume que se enquadrava num registo "familiar", por assim dizer, já que era um concerto de rua, em zona residencial.

O contra-baixo começou muito "escondido", som muito baixo. Quanto a mim prejudicou um pouco, porque nalguns momentos  poderia ter dado uma vivacidade maior que o guitarrista parecia procurar e incentivar, mas sem uma cama que o soltasse mais. Ao primeiro solo em que ouvimos as linhas do contra-baixo espreitar um pouco mais, parecia que a situação havia sido corrigida, mas embora melhor, gostava de ter ouvido melhor (e não "mais") o baixo.

Apesar das notas que refiro, gostei muito e fico feliz, pois seria muito fácil eu trazer menor opinião sobre a iniciativa se o primeiro concerto a que assistisse fosse uma banda pop, mais vulgar, mais comum, sem querer com isto dizer que fosse menos digna. Mas no fundo despertaria menos interesse.

Assim, percebo a aposta na variedade e pela qualidade desta banda, fico com bastante respeito e expectativa para o que lá vem. Conto ver mais.


(visitem o Myspace da banda...)

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