sábado, março 31, 2007

Tragédia, catarse, fénix, mundo real

Entro na sala dos espelhos, na sala do reflexo cru, onde me vêem todas as imperfeições. Não fixo ponto, escondo o meu olhar no vazio, aqui, ali, atrás e zás! Outra fobia, outra agonia. São os dias em que somos fracos, em que o castelo de cartas cai e desmorona, abandona a posição. Nem são dias de negação. São dias em que desistimos - não amamos, não acreditamos, não defendemos causas, não somos por ninguém, apenas tememos. Medo, suor e lágrimas; sangue, receio e tremura. Depois é simples loucura, ou paranóia, mas sobretudo suores frios. Não gosto desses das, ninguém gosta.
Catarse: choro agoniado, convulsões, medo, medo, medo, morte, escuro, vazio. Abandono, miséria, fome. A morte do ser-humano, que quando deixa de acreditar, deixa de fazer sentido.
Fénix: regresso das cinzas, da queda sem fim. Deixei o medo. Todos com a expressão "sentir a brisa na face", no gesto de erguer do chão - pisados, pisados, pisados - acima da multidão, tanta raiva para dar vazão.
´Temas não, implodi, explodi, renasci, restias de força lançam nova vaga de loucura-demência-ó-razão, absoluta frente de combater. Fraternidade, fraternidade, fraternidade! Fraternidade, liberdade, coragem, querer.

(Fora do meu labirinto de rosas negras, onde existe um mundo tão negro, mas mais real, gritou-se "Portugal, Portugal, Portugal!"; a seguir vão fazer um reality-show com ditadores...)

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