terça-feira, fevereiro 27, 2007

É o silêncio

Não disse nada... não, não disse nada. Larguem-me, não disse nada! Ou então verbalizei o pensado, aquele sentimento prensado. Um desiquilíbrio, uma tontura. Mas já foi, agora deixem ouvir o silêncio.
Já disse que não disse nada! Foi só um gesto de incerteza, um suspiro! Um reflexo de medo... sim, de medo! Porque não há valente sem fraqueza, sem se transformar em preza, um buraco vazio à pressa, vai à merda! Sim, tu que julgas pela capa do livro, esse onde descrevo os excrementos que me atiram como cuspo, como palavras cuspidas, como palavras fodidas, facas que cortam. Chora, eu choro, eu imploro, eu sou, eu sou uma poça de lama, uma poça de germes e outras coisas de nojo e tortura, outra tontura... e descalço sobre os vidros partidos, sangue, suor, ardor. Vai à merda... vai tu!

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