terça-feira, fevereiro 27, 2007

Gritos

Gritei o pontapé que dei no muro, a seco, no frio, a unha que partiu, que rebentou do dedo que estalou sangue, dormente dedo medo, tiro o pé dali que dói, mas bati... água morna que banha o pé, o sangue dilúi, o olho chora, o nariz funga, a mãe conforta... sai por essa porta! Fujo e grito, evito falar, revelar, expôr-mostrar! ...cala-te!
Isto: palavras que personificam o azedo do vomitado na boca de toda a gente, uma dor de cabeça tempora acima. Cala-te! Cala-te!
Empurro-me contra as estacas; porque dói, porque me trespassam, porque sim, por tudo, por nada.

0 comentários: