terça-feira, setembro 14, 2010

"Grace", Jeff Buckley

Comprei há alguns dias "o" álbum do malogrado Jeff Buckley, falecido já há mais de 10 anos - "Grace" é o título do único trabalho de longa-duração editado ainda em vida. Do álbum todo, que tem grandes temas ("hallelujah", ou a primeira "Mojo Pin") destaco o segundo tema, "Grace", aquele que dá título ao álbum.

Grande voz e um artista com futuro muito promissor, carreira carregada de expectativa, mas que desapareceu muito cedo.

Em baixo, as três músicas mencionadas.

"Mojo Pin"


"Grace"


"Hallelujah"

Love and Other Disasters (2006)


Uma comédia romântica que pretende ser um cliché, uma sátira das comédias românticas, sem, no entanto, deixar de ser uma - recurso ao discurso dos personagens do tipo "se isto fosse um filme...".

Gostei de ver a Catherine Tate no papel da amiga "esquisita", uma actriz que descobri recentemente; aconselho este vídeo, para suscitar curiosidade:


Na verdade, e sobre o filme, acho que preferia que a história girasse em torno do amigo gay da protagonista, um personagem bem mais interessante, com as suas neuroses e pseudo-romances.

Filme de domingo à tarde.

The Accidental Husband (2008)



Sessão de cinema em casa - poucas expectativas para este filme, confirmadas durante e depois. O enredo é tão banal que nem dá para destacar nenhum actor, nem nenhum aspecto específico.

segunda-feira, setembro 13, 2010

O alucinante ritmo dos sonhos embalados

"Mesmer, Pt. 2", Porcupine Tree. A música que envolve estas palavras que sonhei:



Viajo. Mais uma viagem a bordo de qualquer coisa. Empurrei-te pela boca e deixei-me levar por todo o lado, nesta estranha viagem louca...

Caminho. Ando sem parar. Ninguém na rua.

Transpiro de loucura e desejo de evasão, desejo esse quase atingido em forma de cápsula de loucura embalada. Sorrio.

Escrevo pelas paredes da rua "Minha grande besta", como que a deixar uma marca de desafio a um destino, a um deus, a uma merda dessas.

"E o profundo desatino?!", grito bem fundo dentro de mim... arrepio-me, não sei se o meu corpo já assimilou a química suavidade de uma embalagem de sonhos - quero pensar que não, mas não sei, não dou por nada. Afundo-me numa vertigem de sonho, pesadelo, sonho, pesadelo, sonho...

Fumo um cigarro e outro e outro e outro, porque me ajuda a pensar nas coisas que se confundem na minha memória e na minha mente. Continuo a andar e acho que esta banda-sonora feita embalagem de uma suavidade e secura na boca, efeitos secundários, dizem, me diz coisas novas.

De repente, paro!... oiço o som do nada à minha volta - o universo que gira em torno de mim. Sabes onde estás? Na minha vida, que é onde existes para mim. Uma sombra projectada. És uma imagem.

E quem és tu? Tu és eu? Ou eu sou tu?

Continuo a caminhar.

A química que percorre o meu corpo diz-me que o movimento mais perfeito que alguma vez farei com o meu corpo é o natural sincronismo de respirar. Sorrio. Gosto de ver os meus pés, debaixo do meu nariz, a um ritmo maquinal, a adiantarem-se um ao outro, como se de uma corrida se tratasse.

Chego à porta de casa. Sento-me nas escadas, não me lembro bem porquê, mas possivelmente por querer fumar mais um cigarro antes de entrar. Lembro-me, ainda assim, de confundir-me com a necessidade de assimilar mais qualquer coisa em forma de absurdo. Pensei na minha morte e deitei mais combustível neste incêndio feito de sonhos misturados com pesadelos, esta viagem num tapete voador sem asas e esqueci tudo.

O resto só o sei contado pela minha sombra e pelo meu reflexo no espelho - a forma bruta como pintei as paredes do meu quarto de vermelho, a forma crua como parti tudo à minha volta.

No dia seguinte, acordei angustiado. A viagem deixou-me baralhado e cansado. Mas como todas mostrou-me sítios novos.