domingo, fevereiro 22, 2009

"Hang The Cyst" - The Last Shadow Puppets

Recordo-me de ir ver os Arctic Monkeys ao Coliseu de Lisboa e ler nos dias seguintes, com entusiasmo, que com certeza a banda britânica já tinha conquistado o público português. Ainda mais certo era que Alex Turner, vocalista e guitarrista do grupo, ficaria por muitos e bons anos ligado à indústria da música, para lá da existência da banda.

Pouco tempo depois descobri este projecto paralelo. Muito bom.

Arrojado, pela forma como vai buscar elementos clássicos da música, fugindo à pop e, acima de tudo, àquilo que se conhece dos projectos mais rockeiros da dupla de músicos.

"Ulysses" ao vivo; Franz Ferdinand

Este é um dos meus favoritos de ultimamente - tem passado na rádio com frequência e é bastante viciante.

E porque estão na berra, estão aí, a Blitz dedicou-lhes espaço no número deste mês e entrevistou-os. Os rapazes gostam de pechinchas e de se divertir com aquilo de que mais gostam: a música.

Para eles a festa não é no backstage, depois do concerto. É em palco que estão a bem, é lá a animação.

Uma curiosidade da entrevista foi a sessão fotografica ter decorrido num hiper-mercado Lidl, onde, dizem, encontram pechinchas e muita côr, um ambiente colorido.

You Should Never Leave Me, Slimmy

Há dias lembraram-me deste tema, muito bom e que ganha nova vida nesta versão acústica. Aliás, a conversa original aludia a esta visão que se pode dar a um tema sem o deixar morrer, só porque se tiram os instrumentos eléctricos. Há uma grande honestidade em fazer música assim, em interpretar temas neste formato.

Este "You should never...", por exemplo, fica com uma beleza arrepiante em formato acústico.

Viva a música.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

"Dois homens e meio"; série cómica

Ultimamente, cerca das 20h40 da noite, hora de jantar, é hora de ver o "Dois homens e meio", série cómica sobre dois homens solteiros e o filho de um deles.


Charlie Sheen protagoniza esta série juntamente com Jon Cryer e Angus T. Jones. Sheen faz de solteirão endinheirado, com tudo o que isso representa no universo "hollywoodesco", enquanto Cryer é o irmão divorciado que se muda lá para casa juntamente com o seu filho Jake (Angus T. Bones).

Embora nas sinopses que li sobre a série se fale em "amor pela criança" e "objectivo comum: criar Jake", a verdade é que se trata mais de um adequar às circunstâncias de um divórcio indesejado. Mas tudo é contornado nesta união dos três personagens (os dois homens e meio), que partilham experiências entre si, já que se encontram em fases diferentes das suas vidas e manifestam gosto distintos.

O humor não é particularmente refinado, nem o estilo é inovador. É uma comédia ligeira, sem grandes apontamentos à escrita, nem ao desempenho dos actores.

A título de curiosidade, acrescentar que Jon Cryer foi um dos candidatos favoritos ao papel de Chandler Bing, personagem DA série, a muito apreciada cá por casa, "Friends".

terça-feira, fevereiro 17, 2009

"Fruit at work", gestão moderna


Desconhecia esta práctica: empresas que para além de terem máquinas automáticas de café, de comida, ou "fontes" de água mineral para uso dos empregados a custo zero (ou baixo custo), põe à disposição do pessoal caixotes de fruta.

No sítio novo onde estou a trabalhar este conceito já é aplicado, embora em pequena escala.

Porque achei a ideia interessante, e já tinha reparado na marca impressa nos caixotes da fruta, fui pesquisar na internet que empresa é esta, a Fruit@work.

A ideia é divertida e acompanha uma série de novas medidas que as empresas começam a desenvolver, como sejam creches para os funcionários deixarem os filhos (e as vantagens aqui são óbvias), ginásios com condições especiais, lições de línguas gratuitas (no caso da minha empresa já existem e há a possibilidade de as frequentar à hora de almoço), etc.

Independentemente de qualquer discussão que se possa aqui começar (devido ao número de horas que passamos nos escritórios) a verdade é que bom saber que as empresas tentam equilibrar o ambiente no local de trabalho com medidas inovadoras e potenciadoras de maior satisfação dos trabalhadores.

Esquecendo por instantes a crise, os baixos ordenados e despedimentos, interessem-se pela conceito fruit@work e espreitem o site da empresa em: http://www.fruitatwork.pt/. Nada melhor para perceber e conhecer melhor.

domingo, fevereiro 15, 2009

"Phalasolo", New Max

Este é um dos álbuns para ouvir amanhã na viagem até Lisboa.


New Max pertence(u) aos Expensive Soul e lança-se a solo com este álbum, disponibilizado na internet para download gratuito em http://www.phalasolo.com/.

Ainda só ouvi o tema single, "América Eléctrica", que tem passado com muita insistência na Antena 3.
Em baixo, o clip.


"Conversa de botequim", por Couple Coffee

Ouvi hoje na televisão este tema, interpretado por esta dupla brasileira. Já estive entretanto a ver no youtube outras versões da música, que ainda não percebi se é um original do Chico Buarque.
De qualquer modo, gostei acima de tudo da forma como o baixo acompanha a voz. É uma visão diferente desta música, especificamente, ou da música em geral.

Para além destes vídeos do Youtube, é interessante ver a página do myspace da banda (http://www.myspace.com/couplecoffee), que honestamente conheço mal, mas estou interessado em saber mais.

Versão estúdio, com teledisco



Versão ao vivo

Vampire Weekend, música para carrocel

O que é que acontece quando se junta a brit-pop com música de feira? Os Vampire Weekend.

Este tema muito específico, por exemplo, lembra-me um daqueles filmes em que a certa altura há um bailarico e toda a gente salta para dançar.

Muito divertido.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

"Dois dias em Paris"; um é pouco, dois é bom, três é demais

Julie Delpy escreveu, realizou e protagonizou esta história, um filme de categoria B, sobre a fragilidade das relações e de como são permeáveis a crises, partindo do princípio de que vale mais dizer a verdade, por mais amarga que seja, do que ser confrontado com as situações mais tarde, quando já tudo soa a mentira.

Apesar de parecer, pela descrição inicial, um drama, trata-se de uma comédia romântica, muito distante daquelas histórias ligeiras e sensaboronas em que sabemos de ante-mão que no final o rapaz fica com a rapariga e que tudo acaba em bem. Este casal vê-se confrontado com o desconhecimento que ambos têm um do outro, quando vão dos EUA para Paris (terra-natal de Marion) e Jack começa a ver a sua namorada com outros olhos e a debater-se com este "nova pessoa" que ele não conhece e com que não sabe lidar.

As discussões sucedem-se umas atrás das outras e entre os pequenos "gags" que vão surgindo, fica a dúvida se haverá solução para este casal.

A fotografia dá ares de documentário, o que favorece o filme, quanto a mim, que acho que juntamente com os outros condimentos faz deste filme uma comédia romântica "sui generis".

Divertido e emotivo, uma história engraçada para ver a dois.

"Maria Cheia de Graça"; depois da tempestade vem a bonança

Antes de mais, fazer o apontamento que me faz não começar o texto por dizer que o filme é espectacular: o final é bom, mas acho que esperava um final mais dramático.

Posto isto, adiante; a história gira em torno do correio de droga proveniente da América do Sul, mais concretamente da Colômbia. Seguimos a história de Maria, uma jovem de 17 anos que vive na miséria, numa vila do interior do país, numa casa pequena e que sustenta a sua família com o ordenado que ganha a tirar espinhos de rosas para exportação. A situação agrava-se (e um cliché é sempre um cliché, mesmo quando se gosta de um filme...) quando Maria engravida do seu namorado.

Com um futuro pouco risonho, decide agitar o marasmo juntando-se a outras "mulas" (como lhes chamam), que têm por missão entrar nos EUA com elevadas doses de droga no estomâgo, missão de grande risco porque o menor contacto da substância com o organismo e é morte certa. Cedendo ao apelo do dinheiro, a jovem acaba por se ver envolvida em algo muito maior do que ela supunha, desde as situações que decorrem durante a viagem aos sentimentos que vão surgindo à medida que se afasta do seu lar e da sua terra natal.

Talvez até resida aí a lógica do final da história. Se calhar porque eu não vi o "bright side" da situação, não percebi o final, que, tal qual a minha cara metade deprendeu e sugeriu, remete para a esperança e para a necessidade de se ver o lado positivo das coisas, extrair algo de bom de tudo o que acontece.

Se calhar só assim, esta Maria pode ser uma Maria cheia de graça.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Cobertores feitos de material reciclado


Ouvi há dias na rádio, no programa Terra à Vista, de Raquel Bulha (Antena 3), uma notícia que dava conta de uma fábrica de Famalicão que estava a usar a fibra resultante da reciclagem de garrafas de plástico para produzir cobertores.

O projecto ainda está em fase de produção experimental e a empresa está a enviar amostras para tentar conseguir a melhor proposta de venda dos direitos exclusivos.

Uma das curiosidades do produto, é ser apresentado dentro de um garrafão, também reciclado, imitando os normais garrafões de água.

Entretanto, de acordo com o que vi na página online brasileira "Portal aprendiz", a ideia já está a ser explorada no Brasil.

De acordo com o site, o aluno Luiz Martins, do Colégio da Polícia Miliar Ayrton Senna, de Goiânia, desenvolveu um projecto no qual se formou um cobertor a partir de "tiras retiradas de sacos de plásticos".
"Além dessas vantagens, o cobertor custou cerca de R$ 7, enquanto que um edredom de qualidade custa de R$ 30 a R$ 40", termina a peça.
Seja como for, a ideia é boa para ser explorada já que é uma boa forma de dar uso ao lixo que produzimos. Material reciclado e energias renováveis - é este o futuro.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

"Era uma vez um rapaz", era uma vez um filme

"Diabos me levem se devolvo o filme sem o ver todo!", decidi há dias, sobre este filme que me emprestaram há pouco tempo e que eu insistia em não acabar.

O que vemos nesta história é o Hugh Grant a fazer de Hugh Grant a fazer de trintão londrino, rico e irresponsável (não, a repetição não é uma gralha). A vida dele é escolher roupa, conduzir o seu carro desportivo e engatar mulheres.

No entanto, as suas rotinas mudam quando conhece uma criança de 12 anos, cujo lar é afectado por problemas psicológicos da sua mãe, que por sua vez tenta o suícidio. O rapaz não tem pai e sofre as dores da sua progenitora, vendo na relação com Grant uma saída para contornar os seus problemas.

Inicialmente, ainda achei que fosse gostar do filme, porque a história tinha alguns condimentos para se tornar interessante. Só que não é, não se torna. De facto, Hugh Grant é um actor que não aprecio e estas comédias ligeiras de domingo à tarde começam a tornar-se demasiado enfadonhas para eu conseguir dar alguma atenção. Acho até que só por pura teimosia consigo resistir à tentação de não acabar de os ver.

Tenho também que confessar que tinha alguma esperança que o final me surpreendesse, porque apesar de tudo a história tem um qualquer elemento exótico que faz acreditar num desenvolvimento diferente do mais que previsível desfecho perfeito. Puro engano.

Agora, termino o texto a considerar rever o Quatro casamentos e um funeral, para desempatar "a coisa" e para ver se é possível recuperar algum crédito a Hugh Grant. É que já não me lembro da história, mas guardo a imagem de um bom filme.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Pérola jornalística

Hoje dei comigo a ler mais uma "não" notícia num dos jornais que por cá se lêem - por sinal um gratuito, que por muito que se debata, não têm menos responsabilidades que os outros.

A notícia era, então, sobre um assalto ao Tozé Martinho, personagem que para a miudagem de hoje (e incluo-me nesse lote) não passa de um nome desconhecido - incluo-me no lote, mas eu sei quem é.

Ao ler que o bom velho Tozé tinha sido assaltado imaginei-o vítima de car-jacking ou assalto à mão armada. Mas não. Afinal o actor estava descansado num clube, no Monsanto, enquanto o seu veículo era furtado, não sofrendo mais que um vidro partido devido a uma pasta que se encontrava no seu interior.

Julguei eu que o ridículo ficasse por ali. Engano meu. O jornalista que "sacou" este "furo", este pequeno apontamento jornalístico, conseguiu ainda acrescentar que uma vez que Tozé Martinho se vai ver sem viatura por uns dias, deslocar-se-á durante este período num Smart.

Acho que a economia melhorou depois de todas estas revelações e sabe-se que Obama já tomou estes factos em consideração no seu plano de recuperação da economia mundial.

Dorme agora, o mundo, em paz.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Sexual Healing

A minha sugestão é a seguinte: no final do dia, depois do trabalho, depois de deitar os filhos ou lá o que for, chame a sua/seu cara metade para junto de si, vejam este vídeo e...

Freddie Mercury improvisa

É ouvir.

Outlaw torn, James Hetfield

A verdade é que se brinca muito com as tendências country do James Hetfield, mas por mim ele pode criar um projecto paralelo de Wiskey-Rock, que ninguém lhe leva a mal.

Beat it

Um dos melhores temas da história da pop. É ver e rever e tentar perceber o que raio aconteceu a Michael Jackson.

O homem já foi grande, a verdade é essa.

Two men show

Como eu invejo tanta criatividade...

Tenacious D

Caraças, que até dá vontade de tocar bateria!

Um pequeno apontamento


Hoje fui a Lisboa tratar de alguns assuntos pendentes.
No regresso, dirigi-me à bilheteira da empresa de transportes que se pode ler no "boneco" em anexo. Depois de 15 min de espera, a ver a pessoa à minha frente torcer-se toda porque eles não encontravam um papel qualquer que deviam entregar, fui atendido - pedi um bilhete para Mafra. E não é que não vendem bilhetes na bilheteira? Uma bilheteira que não vende bilhetes serve para quê?
Enquanto fazia tempo para o autocarro, fui dar um pequeno passeio pelo Campo Grande e tive oportunidade de assistir a uma detenção a sério. Foi a primeira vez que vi alguém ser algemado. Tive uma terrível vontade de me juntar à operação e gritar "You have the right to remain in silence"...
Por fim, e há apenas umas horas atrás, estive a percorrer algumas estradas aqui das redondesas de Mafra e fui apedrejado todo o caminho. A estrada estava coberta de branco, de gelo.

Megafone - Aboio; vídeo não oficial


Feitas que já estão todas as homenagens ao malogrado João Aguardela, há que relembrar agora o que de mais importante ele deixou: a sua obra, a música, o que fica para a posteridade.

Que é, também, para não se fazer aquela coisa do costume, que é dizer "coitadinho, que era tão boa pessoa", depois de já cá não estarem.

Lamentar? Claro.

Ouvir e descobrir quem foi Aguardela? Com toda a certeza.

Este vídeo, por exemplo, é um belo trabalho que o artista nos deixa, através do projecto Megafone e que faz valer apena perceber, num contexto de actualidade, essa constante luta que o músico sempre travou, que é a defesa da música portuguesa.

O estranho caso de Benjamin Button - fui vê-lo ao cinema e recomendo

“O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis!", disse Fernando Pessoa, num momento que só pode ser descrito como de lucidez.

O estranho caso de Benjamin Button é, quanto a mim, um dos filmes mais bonitos que vi nos últimos tempos. Porque tem uma história muito bonita, muito bem contada, porque é tudo retractado numa fotografia sem mácula, e porque não há incoerências – o filme não é demasiado longo, a caracterização é perfeita e os actores estão ao melhor nível. Estou a rebater as poucas críticas que ouvi e li.

A história, que já quase toda a gente deve conhecer em linhas gerais, fala sobre um indivíduo que nasce com 80 anos e atravessa um processo de rejuvescimento, ao contrário do normal envelhecimento.

Exercício teórico de inverção do tempo, da natureza.

Li algures que Mark Twain juntou-se aos que imortalizaram considerações sobre tempo e a idade com a frase “a vida seria infinitamente mais feliz se nascêssemos com 80 anos e nos aproximássemos gradualmente dos 18”.

Mas também li que E.F. Scott Fitzgerald, autor da obra que inspirou o filme, respondeu a estas ideias e desejos de inversão do tempo com esta obra, levando à conclusão que independentemente do sentido em que o nosso corpo se desenvolve o princípio e o fim estão lá de qualquer forma, no mesmo lugar – nascemos e morremos. Ou seja, continua a depender de cada um viver cada fase da sua vida, cada coisa no seu tempo, cada qual no seu lugar. Tudo continua a ter um tempo para ser vivido.

O resto do filme é o óbvio: é a questão do desencontro com o resto do mundo, já que à medida que Button rejuvesnece, todos os que o rodeiam vão envelhecendo, afastando-se da flor da vida (e quando é essa, afinal?), e claro, o romance entre os protagonistas, que acaba por servir de cenário a toda a trama.

“Eu nasci sob circunstâncias pouco usuais” é a frase que abre o filme. Eu uso-a para fechar o meu texto.