domingo, junho 03, 2007

Teia

É a teia. É a vida. São o bom e o mau que se espraiam em desconexas agonias. Não percebemos que depois do bom vem o mau e que depois do mau vem o bom. Tudo é bom, tudo é mau. Não relacionamos os pontos da vida que vamos encerrando em episódios; assumimos que "foram fases". Vivemos episodicamente, sem legendas e de forma omnipresente - personagens principais que desconhecem o que se passa na outra sala do labirinto. São teias, são enredos, somos personagens planas, se num vislumbre sobre o vale do passado.

Simples


Reflexo do poço intelectual azul, onde escondo emoções contidas, onde guardo coisas que não sei o quê. São estados vazios que segregam seiva de ternura, ou raiva, ou graça, ou alegria. São como imagens a preto e branco, que nada escondem, mas que contêm magia e duplo significado, um estado artístico. É a beleza que a vida nos oferece, juntamente com a intelectualização e o romantismo poético que o Homem (e a Mulher...) saborea como mais animal algum. É a arte.

Coisas simples


Tudo bem

O dia de ontem já se vai esbatendo na minha memória; agora, que finda o dia de hoje, agora, que perco dois segundos a pensar que amanhã será um novo dia. Fico, espectante, a pensar que amanhã pode acontecer muita coisa. Uma nova realidade, novas horas, minutos nunca vividos e que nunca se repetirão. É isso que acontece com o futuro: aguarda-se, com expectativa ou espírito de inevitabilidade, e vive-se, para depois ver tudo passar para o passado, passar à História, soma das estórias pessoais, mescla colectiva. É bonito pensar nisto, se formos aconselhados pela paz de espírito, pelo "calmo improviso do poente" e pela calma de viver. Sem angústias. Sem pressa ou sentimento de perda. É esta a nossa vida.